"Cristão continuou seu caminho até chegar à casa de Intérprete, onde bateu à porta várias vezes."

Um teólogo amador tenta construir uma teologia bíblica do divórcio e novo casamento

Em março de 2015, publiquei na nossa igreja (IBRVN) uma série de afirmações, que a meu ver, estruturavam o assunto Divórcio e Novo Casamento de uma maneira bíblica e reformada.

O resultado, colocado de forma bem didática, pode ser visto no documento abaixo:

Esboço de uma Teologia do Divórcio e Novo Casamento: 18 Pontos para Reflexão

O artigo é mais um apanhado de todas as minhas reflexões sobre o tema e é bastante superficial. Ainda assim, serve como ponto de partida para aprofundar, com o uso de outros materiais, o estudo de cada ponto para reflexão.

Os belos avatares utilizados na publicação são da autoria de deleket.

Divórcio e Novo Casamento: Documentos Traduzidos

As discussões sobre o assunto divórcio e novo casamento podem ser bastante acaloradas, mas cada igreja precisa assumir uma posição da igreja, independentemente da posição individual de cada membro. A igreja precisa se posicionar por dois motivos: membresia e disciplina eclesiástica.

Nesse sentido posições mais restritivas oferecem o risco de, sem querer, tornar o divórcio (e especialmente o novo casamento) o novo "pecado imperdoável". Ou então, assumir posições inconsistentes como, por exemplo, considerar que o casal que está em um segundo casamento está em contínuo pecado e ainda assim permanece como membro. Uma igreja chegou a "anistiar" os que já eram membros quando assumiu uma posição mais restritiva.

A meu ver, igrejas batistas reformadas influentes e muito experientes como a Capitol Hill Baptist Church (Mark Dever) e a Bethlehem Baptist Church (John Piper) têm muito a nos ensinar. Por isso traduzi dois documentos dessas igrejas. O documento da Capitol Hill é um manuscrito de um curso fundamental dado a todos os membros sobre questões ligadas à família. Já o documento da Behtlehem apresenta a posição oficial da igreja.

Recomendo a leitura atenta e reflexão piedosa quando aos rumos assumidos por essas duas importantes igrejas. Seguem os links para os arquivos (PDF):

Perguntas importantes no debate sobre divórcio e novo casamento

Algumas perguntas norteadoras no debate precisam de reflexão por parte do examinador sério da Palavra. Alguns exemplos de perguntas importantes podem ser vistos a seguir:

  • Qual é a aplicabilidade da cláusula de exceção (Mt 19:9)?
  • A cláusula de exceção é válida? Afinal ela é omitida no Evangelho de Marcos...
  • Quão indissolúvel é a aliança do casamento?
  • Qual é a abrangência de porneia?
  • Divórcio pode ser "a mensa et thoro" ("de cama e mesa" - desquite, sem possibilidade de novo casamento) ou é uma dissolução do "vinculi matrimonialis"?
  • A cláusula de exceção aplica-se ao divórcio somente ou ao novo casamento também?
  • Há perdão para quem casou-se novamente após o divórcio? Em que bases? Não haveria ali um adultério contínuo se a pessoa ainda está casada aos olhos de Deus com o primeiro cônjuge?
  • Há sentido em permitir o novo casamento somente à "parte inocente"?
  • Como conciliar posições teológicas dogmáticas com questões pastorais?
  • Pode haver ampliação do que significa "abandono" (1 Co 7:15)?
  • Quais as implicações da distinção entre "parte inocente" e "parte culpada"?
  • É viável, do ponto de vista pastoral, exigir o celibato das pessoas?
  • Perdão exige reconciliação?
  • Quem é o culpado de separar o que Deus ajuntou? Quem propõe o divórcio em caso de porneia da outra parte ou quem cometeu a porneia?
  • Quais as implicações do que aconteceu antes da conversão?
  • A cláusula de exceção enfraquece ou enrijece a moral da igreja?
  • O que fazer quando há recusa em cumprir os deveres conjugais?
  • O que é erwat dabar (alguma coisa indecente - na versão Almeida Revista e Atualizada) em Dt 24:1? Quem estava certo, Shammai ou Hillel? Jesus se alinhou com algum deles ou criou um padrão novo? Se Ele criou um padrão novo, qual é? Seria a não obrigatoriedade da separação ou a impossibilidade da separação? Ou um outro padrão?
Perguntas como estas e muitas outras precisam de respostas sérias, bíblicas e coerentes.

Breve resumo das principais teses sobre Divórcio e Novo Casamento

A listagem abaixo é uma breve tentativa de fazer um resumo da maior parte das teses que aparecem na literatura sobre o tema divórcio e novo casamento.

Cada tese recebeu um título (geralmente conforme afirmada por algum autor) e é dado um curtíssimo resumo da tese e qual costuma ser a sua implicação. ATENÇÃO: o resumo é meramente ilustrativo e não substitui em hipótese alguma o aprofundamento na argumentação de cada autor como todos os seus cuidados exegéticos e teológicos. Evitou-se apresentar as réplicas a cada tese, deixando o leitor livre para avaliar por si mesmo a solidez de cada afirmação.

Esta lista não é de forma alguma exaustiva e a sequência não segue nenhuma ordem em particular. Conforme cada tese foi aparecendo na literatura, um novo item foi sendo aberto. Segue a lista de teses presentes no debate.

Cláusula de exceção só se aplica ao divórcio, não ao novo casamento

Resumo: Defensores dessa tese afirmam que a chamada cláusula de exceção de Mt 19:9 só se aplica ao divórcio e não ao novo casamento. Ou seja, a exceção só se aplicaria à primeira parte da frase de Jesus e não à segunda.
Consequência: o divórcio pode ocorrer em caso de relação sexual ilícita, mas um novo casamento é adultério.

Casamento só é dissolvido pela morte

Resumo: Por causa de Rm 7:2-3 e, principalmente, de 1 Co 7:39, os defensores dessa tese afirmam que só a morte quebrar o vínculo do casamento. O homem não poderia separar o que Deus uniu e, portanto, somente a morte de um dos cônjuges produz essa separação.
Consequência: a aliança do casamento é inquebrável aos olhos de Deus e enquanto o primeiro cônjuge estiver vivo é com ele que o indivíduo está casado aos olhos de Deus. Qualquer outro casamento seria adultério contínuo.

Todo divórcio é pecaminoso

Resumo: Os defensores desta tese afirmam que Deus odeia o divórcio (Ml 2:16) e, portanto, qualquer pessoa que ousa se divorciar, peca contra o Senhor por ter se divorciado.
Consequência: O divórcio é pecado e não pode ocorrer na vida de um cristão.

Jesus não se alinhou nem a Shammai nem a Hillel quanto aos possíveis motivos de divórcio, mas criou um novo padrão

Resumo: Nos tempos de Cristo persistia a discussão entre duas escolas rabínicas quanto ao motivo aceitável para repúdio da esposa. A escola do rabi Hillel considerava que “coisa indecente” (Dt 24:1) poderia ser qualquer coisa que a mulher fizesse e que desagradasse ao marido a ponto dele querer ficar livre dela. Já o rabi Shammai defendia que somente algum tipo de imoralidade sexual estava prevista em “coisa indecente”. Os defensores desta tese afirmam que Jesus não se alinhou a nenhum dos dois, mas criou um padrão novo em que aos olhos de Deus nada poderia separar o casal e, portanto, quem repudiasse sua esposa e casasse novamente estaria adulterando contra ela. O espanto dos discípulos seria prova disso.
Consequência: Mesmo que haja uma separação, o vínculo permanece e, por isso, nenhum dos cônjuges pode se casar de novo, mas devem se reconciliar porque aos olhos de Deus eles estariam casados para sempre.

Teoria do Noivado

Resumo: A teoria do noivado afirma que Mateus, escrevendo a um público judeu, acrescentou a cláusula de exceção porque Jesus estaria se referindo em Mt 19 somente ao casal que era noivo, mas ainda não tinha consumado o casamento. O exemplo disso seria o caso de José, relatado pelo próprio Mateus, que resolveu secretamente abandonar Maria (esse seria o divórcio lícito). A palavra porneia teria sido usada em vez de moicheia (adultério) justamente por se referir a pecado sexual de pessoa não casada.
Consequência: Não existe cláusula de exceção para casais com casamento consumado. Portanto, o divórcio sempre é pecaminoso.

Todo novo casamento é adultério

Resumo: Defensores dessa tese afirmam que o laço do casamento é indissolúvel e que, portanto, todo novo casamento é um adultério.
Consequência: Mesmo que haja uma separação, as pessoas ainda estão casadas aos olhos de Deus e, portanto, qualquer novo casamento é adúltero. Apenas alguns autores defendem que o novo casamento seja desfeito para retornar ao original, mas teria que haver arrependimento por ter entrado nessa relação adúltera.

Principal finalidade do casamento é espelhar a relação Cristo - Igreja

Resumo: Argumento baseado na analogia de Efésios 5 entre Cristo e a Igreja e o marido e a esposa. Os defensores desta tese procuram extrair da analogia o máximo de princípios que regem o casamento. Como Cristo sempre perdoa e a ama a Sua igreja, aconteça o que acontecer, assim o marido deve amar e perdoar a esposa, aconteça o que acontecer.
Consequência: Mesmo em caso de adultério, o marido tem obrigação de continuar fiel e amando sua esposa como Cristo faz com a Igreja. Nunca a abandona e troca por outra. Divórcio seria impensável teologicamente.

Esmagadora maioria dos pais da igreja entendiam que o casamento não podia ser dissolvido

Resumo: A maioria dos pais da igreja, nos seus escritos, demonstram que tinham o entendimento de que o casamento não podia ser dissolvido. Uma das poucas (talvez a única) exceção seja Ambrosiastro (séc. IV). Os defensores desta tese afirmam que isso comprova que foi esse o entendimento que foi transmitido desde os apóstolos e que compreensões diferentes hoje em dia ignoram a proximidade que os “pais da igreja” tinham com eles (os apóstolos).
Consequência: mesmo que ocorra separação, não pode haver novo casamento enquanto o cônjuge viver.

Impossibilidade de reconciliação é indicação de Deus quanto a um chamado ao celibato

Resumo: Em caso de separação, a prolongada tentativa de reconciliação sem sucesso seria uma indicação de Deus, na providência, de que o indivíduo estaria sendo chamado para uma vida de solteiro, celibatária. Esta visão é só uma consequência da convicção de que o casamento é indissolúvel.
Consequência: Não sendo possível a reconciliação, Deus estaria chamando o indivíduo ao celibato (1 Co 7) e ele não poderia casar novamente.

Divórcio só pode ocorrer em caso de adultério

Resumo: O único motivo para um divórcio seria o adultério de um dos cônjuges. Baseia-se na cláusula de exceção de Mt 5:32 e Mt 19:9.
Consequência: O divórcio não é admissível por qualquer motivo. Somente o adultério poderia autorizar um divórcio. A maioria defende que não é obrigatório, preferindo-se a reconciliação.

O mundo antigo entendia que o divórcio sempre rompia o laço matrimonial

Resumo: Em todo o mundo antigo não se conhecia o conceito de um divórcio em que o vínculo permanecia. Ou se está casado, com todas a implicações, ou não se está. Os defensores desta tese argumentam que a separação em que não é possível um novo casamento é desconhecida em todo o mundo antigo e que, portanto, o uso da palavra divórcio sempre implica na possibilidade de haver novo casamento. O conceito estaria implícito.
Consequência: Não pode existir divórcio sem que ele signifique a quebra do vínculo matrimonial.

Novo casamento deve ser abandonado por ser adúltero

Resumo: Os defensores desta tese afirmam que um novo casamento é sempre adúltero. Portanto, não há arrependimento enquanto não se sai da vida de adultério que seria um pecado grave continuamente cometido.
Consequência: Quem casou de novo deve abandonar o segundo casamento e voltar ao cônjuge original ou permanecer celibatário.

Só a morte dissolve o casamento ipso facto

Resumo: A morte dissolveria o casamento indubitavelmente (1 Co 7:39), mas outros motivos poderiam existir que poderiam dissolver ou não. Ou seja, em caso de adultério, poderia haver o perdão e, com isso, não haveria o rompimento do vínculo. O vínculo só seria desfeito se a parte inocente requeresse esse rompimento.
Consequência: A morte dissolve o casamento indubitavelmente, mas outras situações previstas na Palavra teriam a possibilidade de dissolver caso requerido por uma das partes com base na ocorrência do fato previsto na Escritura.

Só há duas razões possíveis para o divórcio - todas as outras são pecaminosas

Resumo: Somente a relação sexual ilícita (*porneia*) e o abandono pela parte ímpia são mencionadas como possíveis causas autorizadas para o divórcio. Todas as outras situações que não possam se encaixar aí não permitem o divórcio e quem se divorcia com base nelas peca contra o Senhor.
Consequência: Não é admitido o divórcio por qualquer outro motivo do que os mencionados na Escritura.

O adultério rompe o vínculo matrimonial pela inclusão de uma terceira pessoa

Resumo: Defensores dessa tese afirmam que o vínculo matrimonial não admite a inclusão de quem quer que seja no vínculo estabelecido entre o homem e a mulher. A inclusão de um terceiro seria a violação do princípio do “uma só carne” (Gn 2:24) quebrando a aliança. Alguns autores indicam que a menção de Gn 2:24 em 1 Co 6:16 seria um lembrete disso - formar uma só carne com a prostituta quebra a união de uma só carne com a esposa.
Consequência: O adultério rompe o laço matrimonial. Seria uma violação da aliança.

Por causa do pecado, divórcio e novo casamento são possibilidades reais, admitidas pelo Senhor

Resumo: Deus odeia o divórcio (Ml 2:16), mas, por causa da queda, em alguma situações extremas ele o permite como acomodação a um mundo caído. Os defensores dessa tese indicam que o divórcio sempre é algo ruim, mas às vezes inevitável.
Consequência: O divórcio não é o ideal de Deus, mas pode ocorrer, eventualmente, por estarmos em um mundo caído.

Reconciliação sempre é o alvo desejável

Resumo: O divórcio nunca é desejável e deveria sempre haver grande esforço da igreja e dos próprios cônjuges no sentido de buscar reconciliação.
Consequência: O foco deve sempre estar em buscar a reconciliação seja qual for a crise no casamento.

Deve-se fazer distinção entre parte inocente e parte culpada

Resumo: Defensores desta tese procuram identificar a parte inocente e a parte culpada quando um divórcio está para acontecer. A parte inocente é aquela que não cometeu a relação sexual ilícita e a parte culpada seria a que cometeu a traição. Não se diz que a parte inocente é “sem culpa”. O foco está somente naquele pecado específico que autorizaria a separação.
Consequência: O tratamento da parte inocente e da parte culpada passa a ser diferente e as consequências para cada uma também.

Violência contumaz no casamento é "abandono pela parte ímpia"

Resumo: Defensores desta tese afirmam que a violência cometida contra o cônjuge é uma violação da aliança de amor assumida e uma total negação dos compromissos do casamento, caracterizando uma situação de “abandono”.
Consequência: O agressor ofereceu causa para o divórcio ao abandonar o cônjuge, sendo que neste caso o divórcio seria legítimo.

Toda igreja deve ter uma posição, independentemente da posição de seus membros

Resumo: As igrejas deveriam ter posições oficiais sobre esse tema e agir de acordo com a posição oficial.
Consequência: Uma igreja pode pensar diferente de outra e até mesmo dentro da congregação pode haver indivíduos que pensam diferentemente da posição oficial.

Parte inocente pode casar novamente, a culpada não

Resumo: Para os defensores desta tese a parte inocente em um caso de adultério estaria livre para casar novamente, mas a culpada não.
Consequência: Há uma diferença de tratamento, indicando a possibilidade de novo casamento à parte inocente e negando à culpada.

Há grande dignidade em permanecer solteiro

Resumo: Jesus teria exaltado a dignidade de permanecer solteiro em caso de separação com impossibilidade de se casar de novo. Os defensores desta tese indicam que a surpresa dos discípulos em Mt 19:10-12 e a resposta de Jesus mostra que a permanência na condição de solteiro seria um ato de obediência em caso de separação. O indivíduo ficaria solteiro “por causa do reino dos céus” (Mt 19:12). Seria um ato de obediência.
Consequência: Quando não há possibilidade de reconciliação, o indivíduo separado deveria permanecer solteiro - celibatário - em obediência ao Senhor.

Novo casamento impede a reconciliação para sempre - não pode haver recasamento de quem se separou

Resumo: Defensores desta tese consideram a plena validade de Dt 24:1-4 para hoje. Dessa forma, só haveria espaço para reconciliação enquanto ambos permanecessem solteiros. Assim que algum casasse nunca mais poderia haver uma reaproximação, mesmo em caso de nova separação ou até viuvez. Um retorno seria “abominação perante o Senhor” (Dt 24:4).
Consequência: A reconciliação não é mais possível quando um dos cônjuges separados se casa novamente.

Pessoas que casaram novamente abdicam posições de liderança

Resumo: Defensores desta tese indicam que tudo na vida traz consequências. O indivíduo que se casasse novamente, estaria desqualificado para a posição de presbítero (1 Tm 3:2) ou diácono (1 Tm 3:12). Haveria o entendimento de que o fato dele ter tido duas esposas, ainda que não simultaneamente, o desqualificaria.
Consequência: A vida familiar do indivíduo afetaria as posições que ele poderia ou não ocupar na igreja. Homens divorciados e casados novamente não poderiam ser nem presbíteros, nem diáconos.

Casamento existe onde há união sexual no contexto de uma aliança

Resumo: Só é casamento aquele que contempla a união sexual e em que houve aliança formal. Outras situações não podem ser considerados casamentos. Os defensores desta tese procuram mostrar a gravidade do conceito de desquite, indicando que uma situação dessas, prolongada ao longo dos anos não é mais um casamento. Defensores desta tese não aceitam o conceito de casamento “aos olhos de Deus” sem que haja uma realidade concreta.
Consequência: O casamento exige o cumprimento da aliança. Ele precisaria existir de fato, para ser real.

Divórcio dissolve a união conjugal

Resumo: O divórcio pode ser autorizado ou não pela Palavra. Independentemente de um divórcio ser legítimo ou não, para os defensores desta tese, o divórcio é real e rompe a união conjugal. A requisição do divórcio pode ter sido pecaminosa aos olhos de Deus, mas uma vez consumado, o divórcio é verdadeiro e a união conjugal está desfeita. Cada pessoa responsável prestará contas a Deus por ter feito isso.
Consequência: O divórcio sempre rompe a união conjugal, quer legítimo, quer não.

Divórcio é sempre ocasionado pelo pecado, mas não necessariamente é pecaminoso para ambas as partes

Resumo: Defensores desta tese afirmam que todo divórcio tem origem em pecado, mas não é necessariamente pecaminoso. O divórcio poderia ser proposto sobre bases legítimas autorizadas pela Palavra.
Consequência: Podem ocorrer situações de divórcio em que pelo menos uma das partes não está em pecado ao divorciar-se.

Avaliação da situação exige participação dos presbíteros da igreja

Resumo: Pode ser difícil discernir a gravidade de casos de infidelidade e, por isso, a participação dos presbíteros da igreja é fundamental no encaminhamento de qualquer crise no casamento provocada por situações assim.
Consequência: Não deve haver precipitação da “parte inocente”. O processo precisa ser conduzido por homens experientes com autoridade pastoral.

Privilégio paulino só deveria ser aplicado quando a parte ímpia abandona a cristão por causa do seu cristianismo

Resumo: Defensores desta tese procuram coibir abusos do chamado privilégio paulino (1 Co 7:15). O abandono pela parte ímpia só poderia ser motivado pelo fato do cônjuge ser cristão e não por qualquer outro motivo.
Consequência: O abandono pela parte ímpia deveria ser avaliado cautelosamente e, caso não tenha ocorrido por causa do cristianismo do cônjuge crente, deve-se buscar reconciliação.

O aspecto pastoral é fundamental - cada caso é um caso

Resumo: A aplicação dogmática dos princípios das Escrituras deveriam ser feitos com muita cautela, avaliando cada caso particular. O aspecto pastoral é tremendamente importante para os defensores desta tese.
Consequência: O abandono pela parte ímpia deveria ser avaliado cautelosamente e, caso não tenha ocorrido por causa do cristianismo do cônjuge crente, deve-se buscar reconciliação.

Claúsula de exceção se aplica tanto ao divórcio quanto ao novo casamento

Resumo: Defensores desta tese afirmam que a cláusula de exceção na língua original aplica-se necessariamente ao divórcio e ao novo casamento. Ou seja, à primeira e à segunda parte de Mt 19:9.
Consequência: Em caso de porneia justifica-se o divórcio, com possibilidade de novo casamento por autorização do próprio Senhor.

Divórcios fora das exceções bíblicas são pecaminosos e não permitem novo casamento

Resumo: Defensores desta tese afirmam que somente os divórcios autorizados pela Escritura permitem novo casamento. No caso dos demais, o novo casamento não pode ocorrer.
Consequência: A igreja não oficiaria casamentos que envolvessem pessoas que se divorciaram de forma ilegítima. É claro que, na prática, o casamento civil foge a essas limitações já que a igreja não tem ingerência sobre ele.

Tanto a parte inocente quanto a culpada podem casar de novo, já que o vínculo matrimonial foi desfeito

Resumo: Defensores desta tese consideram artificial a separação entre parte inocente e parte culpada para fins de novo casamento. Segundo eles, o vínculo foi desfeito e as duas partes não são mais casadas.
Consequência: Não se pode evitar que pessoas que se separaram casem novamente. A parte culpada foi culpada de provocar o divórcio, mas, depois que este aconteceu não há como impedi-la de se casar novamente.

Só a parte "inocente" pode iniciar um divórcio

Resumo: Para os defensores desta tese, a parte culpada não tem o direito de propor divórcio. A parte inocente é a única que legitimamente pode requerer que o divórcio aconteça.
Consequência: O pedido de divórcio de uma “parte culpada” é, em si, pecaminoso e ilegítimo. É claro que na esfera civil não se pode impedir que o processo caminhe, mas a parte culpada estaria pecando ainda mais ao seguir nessa direção.

Quem separa o que Deus uniu é quem comete adultério ou abandona

Resumo: Defensores desta tese rejeitam a acusação de que a parte inocente estaria pecando ao propor divórcio ao “separar o que Deus ajuntou”. Para eles é a parte culpada que, com seu adultério ou abandono, separou o que Deus uniu e é ela a única culpada. Eles consideram uma inversão de responsabilidade a pressão sobre a “parte inocente” para que seja obrigada a perdoar.
Consequência: A parte inocente não peca quando propõe divórcio porque a quebra do vínculo foi responsabilidade da parte culpada.

O divórcio não é o pecado imperdoável

Resumo: Pessoas divorciadas e que se casaram de novo não estão além da graça e da misericórdia de Deus. Como na maioria dos pecados, também neste há espaço para arrependimento e perdão.
Consequência: Por mais danoso que o processo de divórcio tenha sido, os envolvidos podem ser perdoados e reintegrados à igreja.

A ideia de desquite é antibíblica e nociva

Resumo: Defensores desta tese repudiam a instituição da separação “a mensa et thoro” (de cama e mesa) por considerá-la contrária aos mandamentos bíblicos quanto às obrigações conjugais. Para eles esse tipo de separação não lida com os problemas e coloca os cônjuges na condição de pecado.
Consequência: Não deveria existir o desquite. Qualquer separação deveria ser meramente temporária e a igreja deveria pressionar os cônjuges a que cumprissem os seus deveres conjugais ou, caso houvesse legitimidade, que se separassem em bases bíblicas.

Quando o cônjuge não crente quer se divorciar, o crente não pode dificultar

Resumo: Defensores desta tese afirmam que esta é a única situação em que o divórcio é ordenado. Ou seja, se o ímpio quer se separar, com base em 1 Co 7:15-16 o cônjuge crente não pode impedir.
Consequência: Quando a parte ímpia quer o divórcio este não pode ser negado pela parte crente.

A teoria do noivado ignora o uso bíblico de porneia

Resumo: Defensores desta tese consideram que a teoria do noivado, por querer impedir a validade da cláusula de exceção, deixam de lado o uso da palavra porneia ao longo do Novo Testamento.
Consequência: A teoria do noivado não anula a cláusula de exceção.

Divórcio entre crentes só deve ocorrer quando não há arrependimento

Resumo: Nesta tese, dois crentes nunca poderiam se divorciar. O divórcio só poderia ocorrer quando a parte culpada não se arrepende e é excluída da igreja justamente por isso.
Consequência: O divórcio só aconteceria onde houvesse obstinação da parte culpada.

Onde o divórcio é permitido, o novo casamento também é

Resumo: Para os defensores desta tese não se pode negar a possibilidade de novo casamento a um divorciado porque o vínculo anterior foi rompido e o próprio conceito de divórcio sempre admite a possibilidade do novo casamento.
Consequência: Onde houve divórcio pode haver novo casamento.

Deus odeia o divórcio

Resumo: Defensores desta tese argumentam que a afirmação de Ml 2:16 que “o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio…” demonstra que o divórcio é sempre inaceitável.
Consequência: Não pode haver divórcio.

Divórcio e novo casamento ilegítimos não devem ser desfeitos

Resumo: Novos casamentos ilegítimos não deveriam ser desfeitos, apesar de adúlteros, porque isso geraria um mal maior e um novo divórcio, desagradando a Deus novamente.
Consequência: Novos casamentos após um divórcio não devem ser anulados.

Quem se divorciou antes de ser cristão deve buscar reconciliação e só poderá casar de novo se todos os esforços se mostrarem vãos

Resumo: Divórcios anteriores à conversão seriam igualmente pecaminosos e o novo crente deve se esforçar em buscar reconciliação. Só poderia se casar de novo se os esforços falhassem.
Consequência: Divórcio antes da conversão precisaria ser desfeito, se possível.

A parte "inocente" deve permanecer solteira por um bom tempo para que o processo de reconciliação seja possível

Resumo: No interesse da reconciliação, não deveria haver pressa em casar novamente. A reconciliação sempre é preferencial e, portanto, os cônjuges separados devem permanecer solteiros por um bom tempo em busca das condições adequadas para a reconciliação. O processo precisa ser conduzido pela igreja, por meio de seus presbíteros.
Consequência: Não pode haver pressa em casar novamente porque o alvo sempre é a reconciliação.

Divórcio é matéria para o magistrado civil

Resumo: Defensores desta tese argumentam que o casamento é matéria civil e que o magistrado é que deveria tratar desses casos.
Consequência: Divórcio e novo casamento são temas civis e regido pelas leis do país.

Recusa em cumprir o dever conjugal é motivo para divórcio

Resumo: O casamento tem obrigações. A recusa em cumprí-las é um motivo possível para que ocorra o divórcio. Normalmente é encarado, pelos defensores da tese, como abandono do cônjuge como cônjuge, legitimando o divórcio.
Consequência: O não cumprimento dos deveres conjugais fundamentais podem provocar divórcio legítimo.

Divórcios legítimos admitem cerimônias cristãs de casamento

Resumo: Caso um divórcio tenha sido legítimo, não haveria problema em oficiar um novo casamento de uma pessoa divorciada.
Consequência: Casamentos cristãos podem ser oficiados para pessoas que venham de um divórcio legitimado pelas Escrituras.

Ninguém é puro na área sexual, por isso deveria haver espaço para o perdão, dependendo da gravidade do caso

Resumo: Defensores desta tese apelam para a fragilidade humana e a necessidade de misericórdia e perdão. A parte inocente deveria ser instada a perdoar, levando-se em consideração a gravidade do pecado cometido.
Consequência: A cláusula de exceção não deveria ser necessariamente aplicada. Deveria haver um esforço real no sentido do perdão e restauração.

Divórcio e Novo Casamento: Defensores da posição "Divórcio POSSÍVEL e Novo Casamento POSSÍVEL"

(nota: o formato aqui apresentado mostra alguns autores ou igrejas que defendem a posição especificada no título. As inferências listadas provém de interpretação do texto, sem julgamento de valor. As citações são selecionadas para indicar trechos mais marcantes do texto. Os autores estão em ordem alfabética e foram escolhidos por ter alguma afinidade com o meio reformado e por terem opiniões sobre o assunto disponíveis na internet ou em outros meios a que tivemos acesso.)

Atenção: Atualização deste post em 22/08/2014 com a inclusão de citações de "pais da igreja": Lactâncio e Epifânio de Salamina. Também foram incluídos na seção "POSSÍVEL-PROIBIDO" as citações de Atenágoras de Atenas, Basílio de Cesaréia, Clemente de Alexandria, Hermas, Justino Mártir, Orígenes e Tertuliano.


A. A. Hodge

  • Só a morte dissolve o casamento ipso facto
  • Divórcios em bases diferentes das duas definidas na confissão de fé de Westminster são ilegítimos e qualquer novo casamento, nesses casos, é adúltero

Citações

"A lei divina quanto ao divórcio consiste em que o casamento é um contrato para a vida entre um homem e uma mulher, e que o mesmo só é, ipso facto, dissolvido pela morte (Rm 7:2-3); e que as únicas causas sobre as quais qualquer autoridade civil pode dissolver a união daqueles a quem Deus uniu são: a. Adultério; b. Deserção intencional, infundada e irreversível."
"Tais causas, contudo, não dissolvem, ipso facto, o vínculo matrimonial, mas apenas dá o direito à parte inocente, se assim o quiser, de exigir que o mesmo seja dissolvido pela autoridade competente."
"A lei civil, contudo, não tem autoridade de conceder divórcio sobre quaisquer outras bases além daquelas definidas supra, como permitido pela Palavra de Deus. Sempre que procedem dessa forma, como de fato se faz constantemente, as autoridades civis se põem em direto conflito com a lei de Deus, no caso. Daí todos os cristãos e os tribunais eclesiásticos são obrigados, em tais casos, a considerar e tratar tais divórcios ilícitos como nulos. E se as partes de um casamento injustamente dissolvido casarem de novo, devem ser consideradas e tratadas por aqueles que temem a Deus como que vivendo no pecado de adultério, caso contraiam novas núpcias."
Fonte: Confissão de fé de Westminster comentada - A.A. Hodge - Editora Os Puritanos
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Archibald_Alexander_Hodge

A. W. Pink

  • Infidelidade conjugal rompe e anula o pacto nupcial
  • O divórcio é a confirmação legal do rompimento, garantindo o fim da relação de casamento
  • Possibilidade do novo casamento fica implícita pelo rompimento do anterior (inferido)

Citações

"...infidelidade da parte tanto do marido quanto da esposa anula a aliança conjugal, o homem e a mulher deixam de ser “uma só carne”, havendo algum deles se unido em adultério com outra pessoa. O divórcio vai ainda mais longe, pois legalmente remove e dissolve a relação conjugal." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Mas repudiar a esposa é expressamente proibido pela Lei Divina, sendo o casamento para toda a vida. Uma exceção, e somente uma à regra geral, é autorizada por Cristo, como está claro em “salvo/exceto em caso de fornicação”, pois sendo esse pecado em si o rompimento do contrato conjugal, constitui uma base válida para o divórcio." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
Fonte: http://britishreformedfellowship.org.uk/index.php/component/content/article/71-issue-53-autumnwinter-2010/92-adultery-does-it-break-the-marriage-bond-1
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Arthur_Pink 

Andreas Köstenberger

(O primeiro material deixa bem mais clara qual é a posição do autor. No livro (2) ele procura ser mais neutro e apresentar as várias posições - o que ele faz muito bem - com argumentos e contra-argumentos de todas as partes do debate)
  • Por causa do pecado, divórcio e novo casamento são possibilidades reais, permitidas pelo Senhor
  • Não se deve impor um padrão superior ao das Escrituras
  • Casamento pode ser dissolvido - não é um sacramento
  • O adultério viola o princípio do "uma só carne"
  • A visão do que é o casamento é que determina a visão em relação ao divórcio e novo casamento
  • Deve-se sempre buscar o perdão e reconciliação, mas, do ponto de vista pastoral, isso nem sempre é possível
  • É fundamental fazer distinção entre parte "inocente" e parte "culpada"

Citações

(1)
"A triste realidade, entretanto, é que imoralidade sexual acontece, e Jesus reconheceu que o adultério separa os cônjuges (a chamada “cláusula de exceção”, Mateus 19:9; cf. Mateus 5:32). Não como uma ordem, mas como uma concessão, Jesus permitiu divórcio e novo casamento nesses casos. (A “teoria do noivado” diz que Jesus somente falou de romper um noivado em caso de imoralidade sexual, mas claramente a pergunta dos fariseus e a resposta de Jesus, ainda que possivelmente incluindo noivos, estavam mais amplamente relacionadas ao casamento em geral.)" (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"A isto Paulo acrescenta um segundo cenário no qual o divórcio é admissível (o chamado “privilégio paulino”). Se alguém se torna um cristão e o cônjuge incrédulo recusa-se a continuar casado, “não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã” (1 Cor. 7:15). Indiscutivelmente, 'não sujeito à servidão' significa também 'livre para (novamente) casar-se' (1 Cor. 7:39)." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Em nível pastoral, devemos cuidar para que as pessoas conservem um padrão elevado do casamento, ao mesmo tempo sem impor-lhes um padrão mais rígido do que a própria Escritura (como faria a posição “sem divórcio sob qualquer circunstância”). Se Jesus e Paulo podiam sustentar um padrão elevado do casamento, ao passo que reconheciam casos excepcionais nos quais divórcio e novo casamento eram admissíveis, deveríamos ser capazes de fazer o mesmo." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"O casamento não é um sacramento, e embora contenha características pactuais, é um relacionamento entre dois seres humanos e não é algo indissolúvel sob quaisquer circunstâncias. Por esta razão, devemos estar atentos não somente às possíveis armadilhas de um padrão muito baixo de casamento, mas também aos perigos de se impor um padrão que é mais rígido e absoluto do que a própria Escritura." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
Fonte: http://www.biblicalfoundations.org/?p=26&print=1 (criticando a posição de Piper)

(2)
"Ao mesmo tempo, a instituição divina do casamento antes da queda é claramente afetada pelo pecado do primeiro casal em Gênesis 3. O restante do Antigo Testamento deixa claro que o adultério fere o cerne da união em uma só carne, entre a mulher e o homem, instituída por Deus (p. ex., Gn 39.9)."
"Mesmo assim, Jesus ainda coloca porneia como exceção para o divórcio. Se a criação original é o ideal, por que Jesus manteve essa exceção (embora haja controvérsia quanto à natureza exata da exceção; cf. veremos mais adiante)? Não há como dizer ao certo. A resposta mais provável é que o adultério viola o princípio de "uma só carne" por trás do casamento, motivo pelo qual talvez, pelo menos no tempo do Antigo Testamento, a infidelidade sexual no casamento era passível da pena de morte (Lv 20.10; Dt 22.22). Afinal, seria um tanto complicado dar continuidade ao casamento se o cônjuge culpado de adultério havia sido morto por apedrejamento!"
"Em vários sentidos, portanto, as diferenças fundamentais entre os proponentes evangélicos da postura "divórcio e novo casamento permitidos por causa de adultério e imoralidade sexual" e os partidários da postura "divórcio proibido" giram em torno da definição de casamento que cada um adota ou, de modo ainda mais limitado, à forma como entendem o casamento como aliança."
"A menos que se tenha plena certeza de que as Escrituras proíbem absolutamente o divórcio e o novo casamento em qualquer circunstância (sendo a única exceção o novo casamento depois da morte do cônjuge), parece prudente pecar por excesso de misericórdia e permitir o divórcio e novo casamento quando ocorre adultério ou abandono, para que as pessoas não sejam obrigadas a se conformar a um padrão mais elevado até que o padrão bíblico."
"[…] o divórcio nunca é vontade decretiva de Deus e é sempre resultado de pecado. A reconciliação e restauração conjugal, bem como a preservação do casamento devem ser o objetivo e o motivo de oração das partes envolvidas. A vítima de infidelidade sexual ou abandono pelo cônjuge precisa sempre exercitar perdão. Não obstante, em última análise, não há como controlar a reação do cônjuge em pecado e/ou incrédulo."
"[…] em vez de adotar urna abordagem de "nenhuma culpa" no divórcio, deve—se fazer distinção clara entre a parte culpada e a parte inocente. O cônjuge inocente deve ser tratado como solteiro ou não casado e a parte culpada, como divorciada."
Fonte: http://www.vidanova.com.br/produtos.asp?codigo=562
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Andreas_J._K%C3%B6stenberger

Augustus Nicodemus Lopes

  • Fiel à Confissão de Fé de Westminster
  • Divórcio e Novo casamento em caso de infidelidade sexual e abandono
  • Violência é abandono

Citações

"Como calvinista, entendo que o divórcio é permitido naqueles casos previstos na Escritura, que são o adultério e a deserção obstinada (Mateus 19.9; 1Coríntios 7.15; ver Confissão de Fé de Westminster XXIV, 6). Sou contra a sua obtenção por quaisquer outros motivos, mesmo que fazê-lo seja legal no Brasil."
"Sei que vários pediram para que eu comentasse e me posicionasse quanto à interpretação de que não há na Bíblia a possibilidade de divórcio e segundo casamento, mesmo em caso de adultério.

Não pretendo defender por extenso a posição da Confissão de Fé de Westminster, escrita pelos puritanos, que entende ser possível um segundo casamento quando o primeiro tiver sido desfeito por causa de adultério ou abandono obstinado da parte do incrédulo. É esta a posição das igrejas presbiterianas pelo mundo que adotam a Confissão. É a minha posição.

Mas não é somente porque é a posição oficial dos presbiterianos que adotam a Confissão de Westminster, mas, acima de tudo, porque é a melhor interpretação das passagens do NT que tratam do assunto, conforme eu entendo.

Rejeito qualquer entendimento que venha a banalizar o casamento, como por exemplo os que acham que pode haver segundo casamento quando o primeiro terminar por qualquer motivo - como incompatibilidade de gênios.

Mas também rejeito qualquer posição que acabe sendo mais inflexível e dura do que aquela que nosso Deus, em sua misericórdia, e por causa da dureza de nosso coração, nos permitiu. Tenho medo de colocar sobre os ombros das pessoas fardos pesados que Deus mesmo não colocou.

O mais importante é que o divórcio seja evitado a todos custo e que o casamento seja honrado e preservado. É por isto que devemos lutar."
Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2013/05/pastores-divorcio-e-novo-casamento.html
"Eu assumo que uma mulher que apanha do marido está sofrendo o pior tipo de abandono. O marido não somente a abandonou como também procura destruí-la fisicamente. Ela corre risco de vida. Mas, preciso dizer que nem todos pastores pensam desta forma e não aceitam divórcio mesmo em caso de agressão física comprovada. Minha opinião, como já expressei, é diferente."
"A palavra grega para adultério é moicheia que aparece três vezes no NT (Mt 15.19; Mc 7.22 e Jo 8.3). O verbo adulterar (moicheo) aparece 15 vezes. Sempre o sentido é de alguém casado ter relações com outra pessoa (ou desejar ter) que não seja seu cônjuge.

Já o termo porneia é bem mais amplo, e significa imoralidade, impureza sexual, fornicação, prostituição, etc. Dependendo do contexto, significa adultério, quando se trata de imoralidade cometida por uma pessoa casada."
Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2010/07/divorcio-mais-facil-ainda.html (interessante ler todos os comentários. Os comentários esclarecem detalhes sobre a posição do autor)
Informações sobre o autor: http://pt.wikipedia.org/wiki/Augustus_Nicodemus_Lopes

Bethlehem Baptist Church

(Igreja em que John Piper foi pastor durante anos. Posição Oficial - Difere da posição de Piper)
  • A igreja precisa ter uma posição, independentemente da posição individual de seus líderes ou membros
  • A consciência de nenhuma pessoa pode ser violada. Nenhum líder é obrigado a agir contra a consciência
  • Divórcio e novo casamento não são os pecados imperdoáveis, mas costumam ser negados como pecados (quando obtidos de forma ilegítima)
  • Perdão não é incondicional
  • Não há unanimidade na igreja e isso reflete a falta de unanimidade no evangelicalismo
  • Divórcio é permitido em caso de abandono, adultério ou agressão
  • Reconciliação é preferível mesmo onde ocorreu adultério
  • A parte inocente pode casar de novo, porque o casamento anterior foi desfeito
  • Ser solteiro é extremamente dignificado tanto para quem nunca casou como para quem já foi casado
  • A igreja deve participar do processo de declaração de que um casamento está irreversivelmente destruído e que não há mais espaço de reconciliação. A parte inocente pode se casar de novo, caso confesse seu pecado e esteja ciente de que não haverá mais possibilidade de reconciliação.
  • Após novo casamento não pode mais haver reconciliação. O antigo casamento não pode ser refeito.
  • Exigir a solteirice após um divórcio pode ser um fardo maior do que as pessoas são capazes de carregar.
  • A parte culpada não pode casar de novo, caso a parte inocente tenha se casado de novo (não há mais possibilidade de reconciliação)
  • Pessoas que casaram novamente depois de um divórcio, abdicam posições de liderança (presbíteros ou diáconos)

Citações

"Embora existam aspectos desta declaração que não correspondem às convicções pessoais de alguns diáconos e pastores, todos nós endossamos esta declaração como o guia da igreja sobre membresia e disciplina." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"O perdão está disponível para todos os pecados, sem exceção. O perdão é recebido gratuitamente por meio da fé em Cristo. E ter fé em Cristo envolve confessar o pecado como pecado e se afastar dele para abraçar os caminhos de Deus com alegria." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"O perdão NÃO é incondicional. Ele é condicional. Isso não significa que ele pode ser conquistado. Isso significa que o perdão é dado para aqueles que verdadeiramente têm fé em Cristo. Fé não é uma ação pela qual qualquer coisa pode ser conquistada. Ela chama atenção para o valor da graça de Deus, não o valor das nossas ações. Mas fé não é mero consentimento intelectual a fatos bíblicos. Ela envolve uma afirmação sincera da vontade de Cristo. Portanto, ter fé em Cristo envolve confessar o pecado como pecado e pegar em armas contra ele." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"“[...] a forma final de disciplina eclesiástica (excomunhão) nunca é uma simples resposta a um pecado decorrido. Ela é sempre uma resposta ao pecado que a pessoa continua a afirmar ou praticar. Nenhum pecado decorrido que é renunciado, confessado e abandonado é base para a disciplina eclesiástica." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"O que torna o divórcio e o novo casamento questões de particular interesse na igreja é que muito raramente alguém afirma que é certo mentir, matar e roubar, mas frequentemente as pessoas afirmam que o divórcio e o novo casamento são ações legítimas." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Entre os membros da Bethlehem, em 1989, não havia unanimidade sobre em quais condições o divórcio e o novo casamento seriam permitidos biblicamente. Esta falta de unanimidade é um reflexo da igreja evangélica no mundo." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Curiosamente, quando os batistas da Inglaterra adaptaram a Confissão de Westminster para seu próprio uso na Segunda Confissão de Londres de 1689, este parágrafo permitindo divórcio e novo casamento foi retirado da seção sobre matrimônio." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima) [Nota: Há um equívoco histórico aqui ao se fazer passar a impressão de que os batistas particulares removeram estes artigos. Há forte evidência de que a fonte da confissão de 1689 não foi a CFW diretamente, mas a confissão dos congregacionais - a declaração de Savóia de 1658 - em que John Owen e Thomas Goodwin participaram ativamente. Savóia, por sua vez, usou a Confissão oficial do parlamento e não a escocesa, que ficou consagrada na igreja presbiteriana.]
"Muitos líderes em Bethlehem compartilham desse consenso cristão antigo de que novo casamento após divórcio é errado enquanto os cônjuges ainda vivem. Os esforços do pastor Piper para entender o ensino bíblico sobre divórcio e novo casamento levaram-no a essa conclusão há alguns anos. Embora ele não coloque este ponto de vista como regra para o staff, os diáconos ou a igreja, é a sua diretriz no aconselhamento, na pregação e na celebração de casamentos. A mesma liberdade de consciência se aplica também a cada um dos demais pastores." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Ninguém na liderança pode ser solicitado a agir contra a sua consciência (Romanos 14). Por isso, cada pastor ensinará, aconselhará e celebrará casamentos de acordo com sua convicção pessoal, dentro dos parâmetros desta declaração. Mas quando se trata de membresia e disciplina eclesiástica, precisamos buscar um nível de expectativa para as relações conjugais sobre o qual concordamos que nenhum membro de Bethlehem, estando em situação regular na membresia, poderá deixar de cumprir." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"O divórcio é permitido quando um cônjuge abandona o relacionamento, comete adultério, ou é perigosamente abusivo (1 Co 7:15; Mt 19:9; 1 Co 7:11). Não estamos aqui lidando com um novo casamento (ver #4 e #5). Nós simplesmente reconhecemos que há momentos em que a Bíblia permite a separação." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Além disso, queremos salientar que o perdão e a reconciliação entre casais pecadores é preferível à separação ou ao divórcio, mesmo que tenha ocorrido adultério." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Após o divórcio, o novo casamento da parte ofensora pode ser visto como um rompimento do casamento anterior, de modo que o cônjuge não casado, cujo comportamento não justifica biblicamente sua condição de divorciado, está livre para se casar novamente com um crente (Mateus 19:9), se ele ou ela confessou todos os pecados conhecidos no divórcio, e tem feito progressos significativos na superação de quaisquer comportamentos e atitudes destrutivas." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Além disso, queremos afirmar a bondade e a beleza de uma vida de solteiro no serviço de Deus, tanto antes do casamento quanto depois do casamento. Isso é recomendado em 1 Coríntios 7:7,11,32-35, e engrandecido pelos exemplos de Jesus, Paulo e de centenas de grandes santos solteiros." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Depois de grandes esforços terem sido feitos visando a reconciliação, as partes ofendidas mencionadas no ponto #3 podem, juntamente com a liderança da igreja, considerar seus casamentos como irreparavelmente rompidos. Em tais casos, o novo casamento pode ser um passo legítimo, se levado seriamente em conta que isso elimina qualquer possibilidade de uma reconciliação que Deus ainda pode estar querendo produzir." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Outros dentre nós acreditam que 1 Coríntios 7:15 ("Se o [cônjuge] incrédulo se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou a irmã, não está sujeito à servidão") dá liberdade para um cristão casar-se novamente se abandonado. Acreditamos também que negar um novo casamento coloca uma pressão injustificada sobre a castidade da pessoa divorciada, que pode não acreditar que ele ou ela tem o dom do celibato (1 Coríntios 7:7)." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"As partes ofensoras mencionadas no ponto #3 (que eram culpadas de abandono, adultério ou abuso) deveriam se arrepender e se reconciliar com Deus e com seus cônjuges (1 Coríntios 7:11; 1 João 1:9). Se já é muito tarde para isso, porque seus cônjuges casaram-se novamente, então deveriam permanecer solteiros, porque deixaram seu primeiro casamento sem uma justificativa bíblica (Mateus 19:9; Lucas 16:18; 1 Coríntios 7:11)." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Se um segundo casamento termina em morte ou divórcio, a viúva ou o viúvo, neste caso, não tem permissão para reatar o casamento com o primeiro cônjuge (Dt. 24:1-4)." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Pessoas que casaram novamente após o divórcio renunciarão posições de liderança oficial na Bethlehem, que correspondem ao papel de presbíteros ou diáconos (1 Tm. 3:2,12)." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
Fonte: http://www.desiringgod.org/resource-library/articles/a-statement-on-divorce-remarriage-in-the-life-of-bethlehem-baptist-church
Informações sobre a igreja: http://www.hopeingod.org/

Capitol Hill Baptist Church

(igreja de Mark Dever - posição oficial do presbitério)
  • Divórcio dissolve a união conjugal
  • Casamento existe onde há união sexual no contexto de uma aliança
  • Divórcio é sempre ocasionado pelo pecado, mas não necessariamente é pecaminoso para ambas as partes
  • Quanto ao adultério, pode sim haver uma parte inocente e uma parte culpada
  • Divórcio é permitido em caso de adultério, nunca obrigatório
  • Avaliar o que constitui infidelidade pode ser complicado em alguns casos. Por isso é importante a participação dos anciãos no processo
  • Caso a reconciliação não seja possível a parte inocente pode pleitear o divórcio de forma legítima
  • Perdão não é o mesmo que reconciliação
  • Em caso de deserção pelo ímpio, o crente está livre para casar de novo, permanecer solteiro ou reconciliar-se
  • Casos extremos de agressão à esposa e/ou filhos constitui deserção
  • A parte inocente pode casar de novo e a culpada não
  • Todo esse assunto precisa ser guiado pela Palavra de Deus
  • Pastoralmente é necessário se deixar guiar por verdade e compaixão

Citações

"Marriage exists when there has been a sexual union in the context of a covenantal oath. Ephesians 5:22-33 lays out the covenantal context, and speaks of a one-flesh union. Divorce breaks or dissolves that union."
"Divorce, in the Bible, therefore, is the public and formal acknowledgement that the union has been broken, and the covenant is dissolved."
"The elders of this church believe the Bible teaches that though divorce is always the result of sin… Divorce is not always a sin for both parties involved."
"Now to talk about an innocent party in the matter of divorce is to talk about relative, not absolute innocence. The innocent party may be innocent about the final point in dispute, for example, adultery. But that is not to declare them innocent of all sin leading up to this point."
"As God demonstrates in the book of Hosea […], even in the face of adultery, divorce is never required, but only allowed. The option is always there to forgive. And in fact, the Bible seems to allow no reason for withholding forgiveness in the face of repentance. Nevertheless, in a fallen world, repentance is often absent."
"Greek word translated "adultery" is porneias and applies to more than just sexual intercourse between a married person and someone else. It refers more broadly to sexual immorality, or what we might call sexual infidelity."
"So what constitutes infidelity? Certainly adultery does. But what about the use of pornography? What about an affair that is purely emotional? What about the growing trend of on-line virtual affairs? Here we see that even a clear principle can be difficult to apply. This is why divorce, if it’s to be considered, should be considered with counsel and direction from the elders of your church and other wise parties. This is not a matter of checking a box, but ultimately a matter of public judgment by the church."
"But when such a judgment is made, the innocent party, in such a case, may (not must), without sin, divorce his/her spouse. If a godly reconciliation is possible, it should be pursued. Does the wronged partner have to stay with or reconcile to the guilty party to forgive? No. There is a difference between forgiveness and reconciliation. Forgiveness can be and often must be extended unilaterally. But reconciliation requires both parties to be involved, willing to take responsibility for their own actions, and repentant of their own sins."
"But if unbelieving husband decides to desert his spouse, the Christian is not bound. Not bound means they are no longer obligated to stay in the covenant; they are free to remarry, stay single, or reconcile;"
"After thinking through this issue, along with study and prayer, the elders believe that certain forms of abuse, including physical and/or sexual abuse of spouse or children is within the category of desertion (because stopping the abuse requires physical separation, and is therefore a breaking of the covenant, etc.). Why? Because we consider this sin such an egregious evil that it rises to the level of breaching the covenant."
"The one who wrongs, not the one who was wronged, should pay the penalty. This is why remarriage after an unbiblical divorce makes the person who remarries commit adultery. They are engaging in a sexual union that is inappropriate and that they have no right to engage in (Matt 5:32). On the other hand, this is why the party to a biblical divorce is free to remarry without sin. Having dissolved the union according to God’s word, they are now free to contract a new union, according to God’s word."
"[…] the divorce must adhere to God’s word: if there’s been a violation of the covenant, it is legitimate to recognize that and act accordingly: "If the divorce is godly recognition of the other person’s rebellion against God, then it is not rebellion against God. But if the divorce is initiated without any basis in the Word of God, then that divorce is sin."
"Pastorally, and as a church, how should we respond to divorce? Just as God did: with truth and compassion."
"Divorce is not the unforgivable sin, even if in this life it has some on-going consequences. Instead, we want to hold out the hope of the gospel to those whose lives have been broken by divorce. Both the hope of forgiveness for those whom reuniting with an ex-spouse is no longer possible. And the possibility of reconciliation to those who are separated and even some who are divorced. WE should never forget that the God of Jeremiah 3 is also the God of Hosea 3."
Fonte: http://www.capitolhillbaptist.org/we-equip/adults/core-seminars/marriage/ - capítulo 12
Informações sobre a igreja: http://www.capitolhillbaptist.org/

Carl Trueman

  • Casamento dissolúvel pelo adultério (presumido no texto)
  • Casamento dissolúvel pelo abandono pela parte ímpia (presumido no texto)
  • Violência é abandono
  • Novo casamento permitido para divórcio legítimo (presumido no texto)

Citações

"Spousal abuse constitutes desertion. . . somebody who is unrepentantly committed to long term physical and/or mental abuse of their spouse I would say has deserted them, because desertion is a quantity that is reflected by dereliction of duty, rather than abandonment of space, if I could put it that way. The husband who is failing to fulfill a Christlike role in his marriage has abandoned his wife, he’s abandoned his post: he may still be living in the marital home but he’s not there as a husband any more. So if a lady came to me in my church and said "My husband is beating me black and blue, may I divorce him?" I would say "Yes.""
Fonte: https://cryingoutforjustice.wordpress.com/2013/08/05/carl-trueman-and-todd-pruitt-believe-that-abuse-is-grounds-for-divorce/
Informações sobre o autor:  http://www.wts.edu/faculty/profiles/trueman.html

Charles Hodge

  • Divórcio não é mera separação. Ele anula o laço matrimonial.

Citações

"Divorce is not a mere separation … Divorce annuls the marriage contract so that the parties are no longer man and wife. They stand henceforth to each other in the same relation as they were before marriage."
Fonte: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CDwQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.pcahistory.org%2Fpca%2F2-203.doc&ei=jLs0UuanGISu9AThxoGAAw&usg=AFQjCNGPkBHxrxSk_ma9MwcWUUBNIgsU8A&sig2=Cg1g-fjjFeliBzL_rgPvwA&bvm=bv.52164340,d.dmg&cad=rja
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Hodge

Charles Spurgeon

  • Casamento dissolúvel pelo adultério

Citações

"He forbids divorce except for the one crime of infidelity to the marriage-vow. She who commits adultery does by that act and deed in effect sunder the marriage-bond, and it ought then to be formally recognised by the State as being sundered; but for nothing else should a man be divorced from his wife. Marriage is for life, and cannot be loosed, except by the one great crime which severs its bond, whichever of the two is guilty of it. Our Lord would never have tolerated the wicked laws of certain of the American States, which allow married men and women to separate on the merest pretext. A woman divorced for any cause but adultery, and marrying again, is committing adultery before God, whatever the laws of man may call it."
Fonte: http://teampyro.blogspot.com.br/2011/01/on-divorce.html
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Spurgeon

D. A. Carson

(as informações foram tiradas do áudio)
  • Divórcio possível em caso de porneia
  • O "privilégio paulino" é mal aplicado na maioria dos casos contemporâneos. Caso não ocorra porneia, não deveria haver novo casamento. O "privilégio paulino" só deveria ser aplicado ao caso em que a parte ímpia abandona a parte crente por causa do seu cristianismo.
  • Questões pastorais são muito importantes - cada caso é um caso.
  • Cláusula de exceção se aplica tanto ao divórcio quanto ao novo casamento.
  • Divórcios em outras bases são ilegítimos. Neste caso não deve haver novo casamento.
  • Em caso de divórcio pela cláusula de exceção as duas partes podem casar de novo (não somente a chamada "parte inocente").
Fonte: http://www.mitchin.com/Divorce.html
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/D._A._Carson

David Powlison

(CCEF)
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=QEX1rfGgSoY
Informações sobre o autor: http://www.ccef.org/authors/david-powlison

Douglas Wilson

  • Divórcio pode ser iniciado pela parte "inocente"
  • Infidelidade e abandono pela parte ímpia são base para divórcio
  • A parte inocente pode casar novamente sem problemas
  • O casamento não é absoluto. Pode ser dissolvido.

Citações

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=tlr_USz1M1k (2 min. de vídeo)
"We now can consider the teaching of Christ. First, Christ teaches us that marriage is not absolute. The bond that unites a man and woman is not metaphysical; it is covenantal. This is very important. Under the law of God, marriage can be lawfully dissolved."
"Between two professing Christians, divorce is only permitted on grounds of infidelity. In a mixed marriage, if the unbeliever wants to go, then the believer is not bound."
Fonte: http://dougwils.com/s8-expository/divorce-and-remarriage.html
"[…] Paul says that the present distress is not grounds for seeking a divorce. Someone who is already bound in marriage should not seek to get free of his obligations (v. [1 Coríntios 7] 27). But, in line with the previous instructions, someone who is already divorced should not seek a wife (v. 27). Again, this particular restriction on the divorced man is not because he is divorced and has cooties, but rather because of the present distress. Nevertheless, Paul goes on, if that same divorced man (that he is talking about) goes ahead and gets married, he has not sinned (v. 28). The same thing goes for a virgin, marrying for the first time (v. 28). Both the divorced man who marry again and the virgin who marry are going to have certain hardships in the flesh (again, because of the present distress), and Paul would like to spare them this."
Fonte: http://dougwils.com/s7-engaging-the-culture/paul-on-divorce-and-remarriage.html
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Douglas_Wilson_%28theologian%29

Epifânio de Salamina (310-403)


  • Divórcios por motivos válidos admitem novo casamento por causa da incontinência

Citações

"He who cannot keep continence after the death of his first wife, or who has separated from his wife for a valid motive, as fornication, adultery, or another misdeed, if he takes another wife, or if the wife takes another husband, the divine word does not condemn him nor exclude him from the Church or the life; but she tolerates it rather on account of his weakness" (Against Heresies)."
Fonte: http://www.stgeorgegoc.org/divorceChurchHistory.html
Informações sobre o autor: http://pt.wikipedia.org/wiki/Epif%C3%A2nio

Erwin Lutzer

(para o Gospel Coalition)
  • Infidelidade pode quebrar o laço matrimonial
  • Vida de persistente adultério permite o divórcio
  • Divórcio não é obrigatório. Reconciliação é desejável
  • Novo casamento permitido para a parte inocente
  • Aspectos pastorais são importantes para avaliar caso a caso
Fonte: http://thegospelcoalition.org/resources/entry/what_are_the_biblical_grounds_for_divorce_and_remarriage (vídeo tem 2 minutos)
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Erwin_Lutzer

Gordon Clark

  • Divórcio não é sempre pecaminoso
  • Critica fortemente a igreja romanista e sua visão e defende que quem separa no casamento (no caso de divórcio legítimo) não é nem o juiz e nem a parte inocente, mas o cônjuge que cometeu adultério
  • Romanistas e anglicanos se opõe ao divórcio e ao novo casamento
  • O escândalo do nosso tempo é a abrangência do divórcio (divórcio fácil)
  • Defende a distinção entre parte inocente e parte culpada
  • A parte culpada não pode casar de novo
Fonte: http://beemp3s.org/download.php?file=13200032&song=Of+Marriage+and+Divorce+WDPB+C (áudio tem 14 minutos)
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Gordon_Clark

Hernandes Dias Lopes

(O texto não dá muita margem para discutir o tema do divórcio. É uma apologia ao casamento e que desencoraja o divórcio. Por isso não fica totalmente clara a posição do autor quanto ao novo casamento. Como ele é pastor da IPB presume-se que aceite o novo casamento no caso de divórcio legítimo)
  • Divórcio nunca é desejável
  • Permitido em caso de infidelidade conjugal ou abandono irremediável
  • Divórcio não é obrigatório, sempre o ideal é o perdão
  • Divórcio é uma conspiração contra Deus e contra o cônjuge

Citações

"O divórcio nunca é um mandamento ou ordenança, mas uma permissão e uma permissão regida por balizas bem estreitas, ou seja, a dureza da coração."
"O casamento foi instituído por Deus, o divórcio não. O casamento é ordenado por Deus, o divórcio não. O casamento agrada a Deus, o divórcio não. Deus ama o casamento, mas odeia o divórcio. Deus permite o divórcio, mas jamais o ordena. Ele jamais foi o ideal de Deus para a família."
"O divórcio embora legítimo no caso de infidelidade conjugal (Mt 19.9) ou abandono irremediável (1Co 7.15), ele não é compulsório nem obrigatório. O divórcio só floresce no deserto árido da insensibilidade e da falta de perdão. Ele é uma conspiração contra os princípios de Deus. O divórcio é conseqüência do pecado e não expressão da vontade de Deus. Deus odeia o divórcio (Ml 2.16). Ele é uma profanação da aliança feita entre o homem e a mulher da sua mocidade, uma deslealdade, uma falta de bom senso, um ato de infidelidade (Ml 2.10-16). O divórcio é a apostasia do amor.[12] O exercício do perdão é melhor do que o divórcio. O perdão traz cura e a restauração do casamento é um caminho preferível ao divórcio."
"O casamento deve ser para toda a vida. É uma união permanente. No projeto de Deus o casamento é indissolúvel. O divórcio é uma conspiração contra Deus e contra o cônjuge."
"Não existem famílias fortes, sem casamentos bem estruturados. Não existem igrejas saudáveis sem famílias fortes. Não existe sociedade bem-estruturada onde as famílias que a compõem estão se desintegrando."
Fonte: http://hernandesdiaslopes.com.br/2006/04/o-ensino-de-jesus-sobre-casamento-e-divorcio/
Informações sobre o autor: http://hernandesdiaslopes.com.br/

Jaime Kemp

(não é reformado, mas é importante referência de família no Brasil)
  • Divórcio e novo casamento permitidos em caso de abandono pelo incrédulo ou infidelidade
  • O que ocorreu antes da conversão não deveria ser levado em consideração

Citações

"O rebanho não conhece o ensino da Palavra de Deus sobre o divórcio e novo casamento. Todavia, baseado em fundamentos bíblicos, há duas concessões para o divórcio: a primeira é relativa à infidelidade, conforme Mateus 19.9; a segunda diz respeito ao abandono, por parte do incrédulo, de acordo com I Coríntios 7.12 a 15. Nesses casos, a parte inocente, digamos assim, teria a possibilidade de um novo casamento. Agora, o cônjuge que traiu ou abandonou, se casar de novo, estará cometendo adultério, como disse Jesus. Deixe-me fazer uma outra observação: se tudo isso – separação, divórcio, abandono, infidelidade – ocorreu antes da conversão da pessoa, então, creio que não conta, ou seja, todas as coisas são novas através da conversão. Sei que há divergências sobre isso e eu respeito a opinião dos que não acreditam assim."
Fonte: http://www.verdadegospel.org.br/noticias/jaime-kemp-fala-sobre-divorcio-e-sexo-antes-do-casamento/
Informações sobre o autor: http://www.larcristao.com.br/

Jay Adams

  • Divórcio é a dissolução do casamento
  • Casamento é um pacto, uma aliança
  • O adultério não quebra automaticamente o pacto
  • Divórcio é bíblico, mesmo que não tenha sido a intenção original na criação
  • Todo divórcio é causado pelo pecado, mas nem todo divórcio é pecaminoso
  • O divórcio não é o pecado imperdoável
  • A ideia de desquite é anti-bíblica e nociva
  • Divórcios em bases ilegítimas são divórcios reais, ainda que pecaminosos
  • Quando o cônjuge não crente quer se divorciar, o crente não pode dificultar
  • A cláusula de exceção enrijece a moral da igreja, ao contrário do que se costuma dizer
  • A teoria do noivado ignora o uso bíblico de porneia
  • Divórcio entre crentes só deve ocorrer quando não há arrependimento
  • Pecado tem consequências
  • Onde o divórcio é permitido, o novo casamento também é
  • O novo casamento é liberado para ambas as partes. Após o arrependimento e perdão a parte anteriormente "culpada" não pode mais ser impedida de se casar

Citações

"Não há como estudar o divórcio - a dissolução do casamento - ou novo casamento depois do divórcio, enquanto não forem estabelecidos alguns fatos bíblicos essenciais sobre o casamento. Muitas vezes os que discutem problemas relacionados com o divórcio entendem mal (e interpretam mal) os dados bíblicos precisamente porque não dedicaram tempo para desenvolver um conceito bíblico sobre casamento. Fazê-lo é de vital importância: ambos permanecem ou caem juntos."
"[…] é importante entender que não se deve igualar casamento e relações sexuais. Não se deve igualar a união matrimonial à união sexual, como alguns que estudam a Bíblia descuidosamente pensam. O casamento é uma união que envolve a união sexual como uma obrigação central e como um prazer importante (1 Cor. 7:3-5), é verdade, mas a união sexual não implica necessariamente o casamento. O casamento é diferente da união sexual, maior do que ela, e a inclui (como inclui a obrigação de propagar a raça) mas casamento e união sexual não são a mesma coisa."
"[…] porneia […] significa todo e qualquer pecado sexual."
"Alguns dizem erroneamente que o próprio adultério dissolve o casamento porque se realiza um novo casamento. Mas, biblicamente falando, isso também não é verdade."
"O casamento foi estabelecido porque Adão estava só e isso não era bom. Logo, o companheirismo é a essência do casamento. […] a Bíblia fala explicitamente do casamento como Aliança de Companheirismo."
"Uma vez que a descrição do casamento tem seu foco no companheirismo pactual, é óbvio que cada cônjuge deve cultivar o companheirismo. O casamento no qual não há companheirismo está fadado à miséria ou ao divórcio. Tudo o que põe em risco o companheirismo deve ser evitado; tudo quanto o promove deve ser cultivado."
"Contrariamente a algumas opiniões, o conceito de divórcio é bíblico. A Bíblia reconhece e regulamenta o divórcio. Foram feitas certas provisões para essa prática. Essa verdade deve ser afirmada claramente e sem hesitação. Visto que o divórcio é um conceito bíblico, ao qual se faz frequente referência nas páginas da Bíblia, os cristãos deverão fazer tudo o que puderem para entender e ensinar o que Deus, em Sua Palavra, diz a respeito do assunto. Além disso, requer-se que a Igreja aplique a casos individuais os princípios escriturísticos relacionados com o divórcio."
"Apesar de Deus dizer enfaticamente que "aborrece o repúdio" ou "odeia o divórcio" (Mal. 2:16), essa declaração não deve ser tomada absolutamente no sentido de que não há nada quanto ao divórcio que não deva ser detestado, porque Ele também nos diz: "…por todos os adultérios que a infiel Israel tem praticado, mandei-a embora e lhe dei um certificado de divórcio (Jer. 3:8, Berkeley).""
"Certamente, nem todo divórcio é errôneo, muito embora, todos os divórcios - estes inclusive [de Esdras 10] - sejam ocasionados por pecado."
"Há muitas atitudes erradas nas igrejas conservadoras sobre o divórcio e os divorciados. Segundo a maneira como algumas delas tratam pessoas divorciadas, dá para pensar que essas pessoas cometeram o pecado imperdoável."
"O divórcio pode ser perdoado, tem sido perdoado, é perdoado atualmente e continuará a ser perdoado por Deus. Que a igreja não se atreva a fazer menos!"
"Deus odeia o divórcio. Ele não o instituiu; Ele somente o reconheceu e o regulamentou para certas circunstâncias biblicamente prescritas. Mas […] muito embora Deus odeie o divórcio, porque há pecado por trás de todo divórcio como sua causa, nem todo divórcio é pecaminoso. Alguns são válidos (ver Jer. 3:8; Mat. 1:19). Deus permitiu o divórcio dentro de limites rigorosamente definidos. Existem causas legítimas para o divórcio, mesmo quando (talvez fosse melhor dizer porque) essas causas envolviam pecado. Considerando que todos os divórcios são consequência do pecado, nem todos os divórcios são pecaminosos."
"Deus permitiu e regulamentou o divórcio [em Dt 24]. Mas não se limitou meramente a regulamentá-lo. O fato de o regulamentar indica Sua permissão: não regulamentaria o que Ele proíbe. E o conteúdo da regulamentação indica (1) que Ele queria impedir que as pessoas causassem mais dano a outras do que de outro modo causariam; e (2) que Ele tencionava desestimular ações imprudentes e precipitadas de divórcio."
"A ideia moderna de separação é uma substituição antibíblica da exigência bíblica de reconciliação ou (em alguns casos) de divórcio. Somente essas duas opções são dadas por Deus. A separação moderna não estabelece nada de positivo; limita-se a uma recusa a enfrentar as questões e resolvê-las."
"[…] mesmo quando uma separação por divórcio ocorra como resultado de desobediência, esse divórcio - embora pecaminoso, embora obtido sobre fundamentos ilegítimos - rompe o casamento. As bases podem ser ilegítimas; o divórcio propriamente dito não o é. Os crentes que se separam pecaminosamente por divórcio são descritos como "não casados". Vê-se este ponto em toda parte nas Escrituras. Justamente como o casamento é feito mediante acordo pactual, contratual, assim também é dissolvido pelo rompimento desse acordo no divórcio. Segue-se, pois, que é um grande erro falar de cônjuges separados (mesmo nesse caso) como "ainda casados aos olhos de Deus"."
"[…] se alguém pensa que duas pessoas estão casadas aos olhos de Deus, apesar de divorciadas, terá então que concluir que esses cônjuges ainda têm obrigações matrimoniais, inclusive obrigações sexuais (1 Cor. 7:3-5). Se acreditar nessa ideia, o conselheiro cristão se verá na posição de ter que insistir com quem ele aconselha em que o casal continue ou volte a viver junto e a manter intercurso sexual normalmente, depois do divórcio. Caso queira continuar em sua posição errada, ele não somente estará defendendo a desobediência à lei civil, mas (pior), se, como acredito que acontece, ele está errado, ele está defendendo a fornicação. As relações sexuais fora do casamento as Escrituras proíbem. Para a Palavra de Deus, esse tipo irregular de união não existe. É muito fácil atirar livremente frases como "ainda casados aos olhos de Deus", mas quem faz isso verá que é coisa muito séria encarar as suas implicações."
"Todos os divórcios brotam de pecado, embora nem todos os divórcios sejam pecaminosos."
"Muitos cristãos querem sair de casamentos mistos quando seus cônjuges não têm esse desejo. Essa atitude não deve ser nem encorajada nem apoiada. Tampouco os cristãos devem fazer coisa alguma para provocar a saída dos seus cônjuges. Qualquer coisa que se pareça com isso é contrária ao espírito da passagem aqui em foco [1 Cor. 7:12-16]."
"Assim, então, parece que o princípio geral está suficientemente claro: onde não há consentimento (acordo) por parte do incrédulo em dar continuidade ao casamento ([1 Cor.] 7:12, 13), mas, ao contrário, há um desejo de dissolvê-lo, o cristão não deve se colocar como um obstáculo para a separação. Paulo faz uso do imperativo permissivo: que ele "se aparte". É uma ordem. Este é o único caso em que o divórcio é exigido."
"A ideia atual de separação (desquite) em vez de divórcio é patentemente antibíblica porque viola esse princípio. Esse tipo de recurso não estabelece nem resolve nada; mantém tudo no ar, e milita contra a verdadeira paz. Esse iníquo substituto da solução bíblica (qual seja, paz obtida pela reconciliação ou pelo divórcio) é inimigo da verdadeira paz. Tudo é mantido no limbo. Esse mal engana por causar temporária sensação de alívio, muitas vezes confundida com paz. Mas esse falso recurso nada estabelece nem resolve; não redunda em verdadeira paz."
"Contrariamente aos temores de alguns nos dias atuais, que acham que permitir o divórcio por causa de fornicação é um grave relaxamento da moral cristã, Mateus viu o efeito da inclusão desta cláusula excepcional [Mt 5:32; Mt 19:9] sob uma luz inteiramente oposta. Ao assinalar esta única exceção estabelecida por Cristo, ele sabia que para muitos essa medida enrijeceria a moralidade da Igreja."
"Fornicação refere-se ao pecado sexual de todo e qualquer tipo; adultério é a infidelidade de um cônjuge dentro do casamento."
"A posição cristã é, então, que o divórcio nunca é desejável, e entre os cristãos nunca é inevitável. A reconciliação […] é sempre possível, pois os crentes estão sob os cuidados e a disciplina da igreja. Porquanto permitido para os cristãos em casos de pecado sexual, nunca se requer o divórcio."
"Alguns, erroneamente, têm ensinado (e ainda ensinam largamente nos dias atuais) que, uma vez que Jesus empregou a palavra fornicação, Ele estava falando sobre pecado sexual cometido durante o período do noivado; não depois do casamento. Mas, […] essa ideia brota de uma grave incompreensão do uso bíblico de porneia."
"A teoria do noivado [que porneia como motivo para o divórcio é somente a relação sexual ilícita cometida durante o noivado] não encontra suporte nas Escrituras e, na verdade, o uso feito pelas Escrituras toda a aniquila. A popularidade dos mestres que acaso esposem essa teoria não é base para sua aceitação.
[…] há bom motivo para se manter a interpretação padrão, protestante, histórica, segundo a qual o crente pode divorciar-se do seu cônjuge por causa de fornicação."
"[…] o divórcio de um cônjuge crente que cometeu fornicação deve restringir-se aos que se recusam a arrepender-se do seu pecado."
"O perdão não livra o pecador de todas as consequências do seu pecado. O perdão significa que Deus deixa de lhe imputar o seu pecado. A pessoa perdoada não será sentenciada eternamente por esse pecado; Cristo foi julgado e condenado em seu lugar. Mas as consequências sociais ainda têm que ser enfrentadas. Se, numa briga de bêbados, um homem não salvo meteu o braço numa vidraça, quebrou o vidro e, por isso, o seu braço teve que ser amputado, não significa que, depois de salvo pela graça, ele vai ter um novo braço. Não; ele sofrerá as consequências daquele pecado pelo resto da vida."
"A igreja não tem o direito de proibir o que Deus permite."
"É pressuposto na Bíblia que, onde quer que as Escrituras permitam o divórcio, permitem igualmente o novo casamento."
"Todas as pessoas corretamente divorciadas podem casar-se de novo."
"John Murray argumenta com sucesso no sentido de que aquele que se divorciou em consonância com a exceção estabelecida em Mateus 19:9 está livre para casar, porque a exceção ("não sendo por causa de prostituição", ou de "pecado sexual") aplica-se, não somente à frase, "qualquer que repudiar sua mulher", mas também a esta outra: "e casar com outra"."
"De um modo ou de outro, parece que o adultério e o divórcio por razões não bíblicas têm sido omitidos da lista atual de pecados perdoáveis, muito embora Deus os perdoe. Esse é um erro trágico. Omitir tais pecados, negando-lhes o perdão, é contaminar a herança humana de Jesus Cristo!"
"Façamos a seguinte pergunta: seria proibido casar com pessoas anteriormente adúlteras ou divorciadas pecaminosamente? Outra pergunta: seria proibido casar com antigos assassinos ou mentirosos ou difamadores? Não há mais forte razão para acreditar que o primeiro caso é proibido, do que no segundo. Ou a obra purificadora de Deus purifica, ou não.
É por isso que frequentemente agimos incorretamente quando falamos sobre a "parte culpada" e a "parte inocente", quando consideramos o novo casamento. Essa linguagem não é bíblica e deve ser empregada com muito cuidado. Embora por ocasião de um divórcio uma parte pode ter sido culpada (ou ter obtido pecaminosamente o divórcio) e a outra parte pode ter sido inocente, não é próprio continuar a falar da pessoa arrependida e perdoada como a parte "culpada", seja que o seu pecado tenha sido cometido antes ou depois de sua conversão. Em Cristo essa pessoa agora é inocente. Quem somos nós para lembrar e manter essa culpa contra ela, quando Deus não faz isso?"
"Pois bem, alguém dirá que o que digo torna o perdão fácil demais e que estimula o divórcio. Não honro esse argumento nem um pouco mais do que Paulo o faz em Romanos. O divórcio, obtido erroneamente, é pecado - uma ofensa a Deus e ao homem. Não estou incentivando o divórcio nem um pouco mais do que Deus incentivou o roubo, o adultério, o homossexualismo, a mentira e o homicídio, quando declara que tais pecados são totalmente perdoados em Cristo e deixados para trás, no passado (1 Cor. 6:11). O arrependimento, quando genuíno, é semelhante ao arrependimento de Davi (Salmos 51, 38, etc.); não é tratado levianamente como um truque ou um passe de mágica. O pecador arrependido reconhece e confessa a grave natureza da sua ofensa, e, não somente se mostra grato, mas também produz fruto (mudança) próprio do arrependimento. Em toda e qualquer discussão sobre divórcio e novo casamento, devemos ter o cuidado de preservar a integridade de duas verdades bíblicas: 1. O pecado é odioso. 2. A graça é maior do que o pecado mais odioso (Rom. 5:20)."
Fonte: Casamento, Divórcio e Novo Casamento na Bíblia - Editora PES
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Jay_E._Adams

João Calvino

  • O casamento é desfeito pela infidelidade
  • O novo casamento é possível quando o divórcio ocorre por motivo de infidelidade
  • O perdão é possível, mas não pode ser exigido ao cônjuge traído

Citações

"It remains now, that we come to the exception which our Lord Jesus Christ makes; to wit, that for the cause of adultery, it shall be lawful for a man to put away his wife. (Matthew 19:9) The reason is, for that the man on his part breaks not the faith which he plighted, but the wife having played the harlot does as much as in her is, undo the marriage altogether, and so defiles it, as there remains no longer any holiness in it. …
"And in this case there is no doubt, but that a man may marry again, if he in this sort put away his wife because of adultery: …
"Now when Christ excepts the cause of adultery, it is to set the man in the case at free choice and liberty to marry again. For what a thing were it to bar a man from a new match; if he have offered his promise faithfully, and lived in the fear of God, and not been unfaithful towards his wife, if he be constrained to put her away? Must he be punished for the offense of another? What reason were in that? Should he not have open wrong done him? Especially considering that our Lord Jesus Christ in the text adds, That all have not the gift of continence, and that such as have not received it, have the remedy of marriage, and that they ought to use it (Matthew 19:11; 1 Corinthians 7:11). When our Lord Jesus Christ pronounced this, think we that His meaning was that the poor wretched man, who has lived blameless with a harlot, should be left in despair? No; if he see filthiness in his house, he must, whether he can or not, cast forth such uncleanness, except he will infect himself therewith and be accounted a party in such wickedness. Now if a man discharge his duty in this matter, think we that God bars him of all right, and that He leaves him in such trouble and anguish, as he may not know what to become, but must remain unprovided of all remedy? It was therefore another gross folly in men not to know that our Lord Jesus Christ leaves a man in free liberty to marry again, when his mate has violated the faith of marriage."
"If a husband accuses his wife of adultery and he proves it by sufficient witnesses or evidences and demands to be separated by divorce, it shall be granted, and thereafter he shall be able to marry again if he so wishes. Moreover, while he should be exhorted to pardon his wife, yet one has no right to compel him to do so against his will." (Registro das decisões e atos da Igreja Reformada de Genebra - de 1541-1564)
Fonte: http://www.pilgrim-covenant.com/weekly-article-archives-2004-2005/remarriage-of-the-innocent-party-after-divorce-part-4-of-4
Material adicional: http://www.theologicalstudies.org.uk/article_divorce_snuth.html
Informações sobre o autor: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Calvino

John MacArthur

  • Divórcio destrói o casamento
  • Divórcios impróprios não permitem novo casamento
  • Porneia é todo tipo de imoralidade sexual flagrante
  • Deus odeia o divórcio
  • Em dois casos Deus permite o novo casamento dos divorciados: adultério obstinado e abandono pela parte ímpia
  • Somente nesses dois casos é que pode haver divórcio

Citações

"In Matthew 19, Jesus states that God ordained the institution of marriage, and He has decreed that in every marriage, the husband and wife are to become one for life. Divorce destroys the marriage and thus breaks asunder a union God Himself has established (Mark 10:9). "I hate divorce," says the Lord (Mal. 2:16)."
"Jesus' teaching on divorce is clear. He restricted divorce under most circumstances, and He forbade the remarriage of those who divorce on improper grounds, calling such remarriage adultery: "But I say to you that everyone who divorces his wife, except for the cause of unchastity, makes her commit adultery; and whoever marries a divorced woman commits adultery" (Matt. 5:32). The word "unchastity" in that verse is the Greek word porneia, "fornication"–which includes all kinds of gross sexual immorality."
"So God's utter hatred of divorce is very clear in Scripture.

Nonetheless, there are two extraordinary cases in which Scripture teaches that God does permit divorced people to remarry."
"Jesus is treating divorce as a last resort, only to be sought in the case of hard-hearted adultery.

The apostle Paul allows one more reason for divorce: if an unbelieving spouse abandons a believer, the believer is under no obligation in such a case (1 Cor. 7:14). This would free the abandoned spouse to remarry.

But we must emphasize that apart from those two specific, exceptional cases, divorce is not sanctioned in Scripture."
Fonte: http://www.gty.org/resources/questions/QA118
Pregações em áudio: http://www.mitchin.com/Divorce.html
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/John_F._MacArthur

John Murray

  • A posição histórica pelo adultério produzindo separação mas não o fim do laço matrimonial é antiga e tem uma forte tradição.
  • Posição romanista é de que a exceção só se aplica ao primeiro verbo e não ao segundo.
  • Não é possível separar Mt 19:9 em dois sem aplicar a exceção a ambos.
  • Jesus não aboliu o divórcio e a dissolução provocada por ele, mas a possibilidade de dissolução em qualquer outra base que não o adultério.
  • Porneia dissolve o laço matrimonial
  • Não há como aplicar a cláusula de exceção somente à primeira parte de Mt 19:9

Citações

"In other words, adultery gives the right of separation from bed and board (a thoro et mensa) but does not sever the bond of marriage nor does it give the right to dissolve that bond. Perhaps most notable in maintaining this position is the Roman Catholic Church. The position should not, however, be regarded as distinctively Romish. The distinguished Latin father, Augustine, can be enlisted in support of this interpretation. Canon law of the Church of England, while allowing separation for adultery, does not permit of remarriage for the parties so separated as long as they both live."
"It is the difficulty of restricting the exceptive clause to the putting away (apolush) and not extending it also to the remarriage (gamhsh/ allhn). This is, however, the construction that must be maintained if Matthew 19:9 is not interpreted as legitimating remarriage after divorce for adultery. The Romish Church is insistent that the exceptive clause modifies the first verb in the statement concerned but does not apply to the second."
"What is contemplated in this sentence is not merely putting away, as in Matthew 5:31, 32, but putting away and remarriage on the part of the husband. In this respect it is to be carefully distinguished from the logion of Matt. 5:32 and must be placed in the same category as Mark 10:11 and Luke 16:18. The subject dealt with, therefore, is putting away and remarriage in coordination, and this coordination must not be disturbed in any way. It is this coordination that leads up to and prepares the ground for the principal verb, namely, the committing of adultery on the part of the divorcing husband. It would be unwarranted, therefore, to relate the exceptive clause to anything else than the coordination. Furthermore, the exceptive clause is in the natural position with reference to the coordination and with reference to the resulting sin to which it provides an exception. Where else could the exceptive clause be placed if it applies to all three elements of the situation expressed? And if it is in the natural position as applying to the coordination the natural construction is that it contemplates an exception to the statement of the sentence in its entirety."
"It should be appreciated that the law as enunciated here by Jesus does not in any way suggest any alteration in the nature and effect of divorce. The change intimated by Jesus was rather the abolition of every other reason permitted in the Mosaic provisions and the distinct specification that adultery was now the only ground upon which a man could legitimately put away his wife. What is abrogated then is not divorce with its attendant dissolution of the marriage bond but rather all ground for divorce except adultery.

If divorce involves dissolution of the marriage bond, then we should not expect that remarriage would be regarded as adultery."
"On these various grounds we may conclude that it is not feasible to construe the exceptive clause of Matthew 19:9 as applying merely to the putting away and not to the remarriage on the part of the divorcing husband. The considerations preponderate rather in favour of the conclusion that when a man puts away his wife for the cause of fornication this putting away has the effect of dissolving the bond of marriage with the result that he is free to remarry without thereby incurring the guilt of adultery. In simple terms it means that divorce in such a case dissolves the marriage and that the parties are no longer man and wife."
Fonte: http://www.the-highway.com/divorce_Murray.html
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/John_Murray_%28theologian%29

John Owen

  • O adultério rompe o laço do matrimônio
  • O adúltero torna-se um com o seu amante rompendo a relação exclusiva que antes existia
  • O divórcio formal após o adultério desfaz o pacto nupcial
  • Owen refuta o argumento baseado na omissão em Marcos e Lucas
  • Argumenta contra a separação "a mensa et thoro" (somente de corpos, sem quebra de vínculo)

Citações

"That which dissolves the form of marriage and destroys all the forms of marriage doth dissolve the bond of marriage; for take away the form and end of any moral relation, and the relation itself ceaseth. But this is done by adultery, and a divorce ensuing thereon. For the form of marriage consisteth in this, that two become "one flesh," Gen. ii. 24; Matt. xix. 6; – but this is dissolved by adultery; for the adulteress becometh one flesh with the adulterer, I Cor. vi. 16, and no longer one flesh in individual society with her husband, and so it absolutely breaks the bond or covenant of marriage. And how can men contend that is a bond which is absolutely broken, or fancy a "vinculum" that doth not bind? And that it absolutely destroys all the forms of marriage will be granted. It therefore dissolves the bond of marriage itself."
Fonte: http://britishreformedfellowship.org.uk/index.php/component/content/article/71-issue-53-autumnwinter-2010/92-adultery-does-it-break-the-marriage-bond-1
Obs.: Para um texto mais completo de Owen sobre o assunto acesse: http://boston.server101.com/owen_of_marrying_after_divorce.htm
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/John_Owen_%28theologian%29

John Stott

  • Mateus 5 e Mateus 19 devem ser lidos juntos. O texto mais longo lança luz sobre o mais curto
  • Deus permitiu o divórcio. Não instruiu que ele existisse.
  • Jesus só indicou uma exceção para o divórcio
  • Separação sem divórcio não existia no mundo antigo
  • Porneia é falta de castidade - algum ato de imoralidade sexual física
  • Novo casamento só é possível em caso de infidelidade ou de abandono pelo ímpio

Citações

(1)
"Estes dois versículos [Mt 5:31-32] dificilmente poderiam ser considerados como a totalidade das instruções dadas por nosso Senhor a respeito do divórcio, ali no monte. Parece serem um sumário abreviado dos seus ensinamentos, dos quais Mateus registra uma versão mais completa no capítulo 19. É melhor reunir as duas passagens para interpretar a mais curta à luz da mais longa."
"Assim, o casamento, segundo a exposição que nosso Senhor fez de suas origens, é uma instituição divina, pela qual Deus transforma permanentemente, em uma, duas pessoas que decidida e publicamente tenham deixado os seus pais a fim de formar uma nova célula da sociedade; então, tornam-se "uma só carne"."
"Como, então, Jesus respondeu à pergunta dos fariseus sobre a regulamentação de Moisés? Ele a atribuiu à dureza dos corações das pessoas. Fazendo assim, não negou que a regulamentação vinha de Deus. Deu a entender, entretanto, que não era uma instrução divina, mas apenas uma concessão de Deus por causa da fraqueza humana."
"Os fariseus tratavam o divórcio com leviandade; Jesus o considerou tão seriamente que, com uma única exceção, chamou a todo novo casamento depois do divórcio de adultério"
"[…] uma separação sem divórcio - em termos legais, a mensa et toro (de mesa e cama) mas não a vinculo (dos laços matrimoniais) - é um arranjo moderno desconhecido no mundo antigo."
"Em primeiro lugar, esta cláusula é autêntica. Eu gostaria de argumentar, como o fazem quase todos os comentaristas conservadores, que temos de aceitar esta cláusula não só como parte genuína do Evangelho de Mateus (pois nenhum manuscrito a omite), mas também como palavra autêntica de Jesus. O motivo por que muitos a rejeitaram, considerando-a como uma interpolação de Mateus, é que está ausente de passagens paralelas nos evangelhos de Marcos e Lucas. Mas Plummer estava certo quando taxou de "hipótese violenta" [5] essa rejeição apressada da cláusula de exceção, considerando-a um acréscimo editorial. Parece muito mais provável que a sua ausência em Marcos e Lucas deve-se não à ignorância deles, mas por pressuporem que esta cláusula fosse assunto do conhecimento de todos. Afinal de contas, sob a lei mosaica o adultério era punido com a morte (embora a pena de morte para esta transgressão possivelmente tenha caído em desuso no tempo de Jesus) [6]; portanto, ninguém teria duvidado que a infidelidade conjugal fosse motivo para o divórcio. Até mesmo os rabinos rivais, Shammai e Hillel, concordavam com isso. Só discordavam quanto à amplitude com que esta expressão "alguma coisa indecente" em Deuteronômio 24:1 poderia ser interpretada."
"A segunda dúvida sobre a cláusula de exceção refere-se ao que significa por causa de relações sexuais ilícitas, conforme traduz a Edição Revista e Atualizada. A palavra grega é porneia. Normalmente é traduzida por "fornicação", indicando a imoralidade dos que não são casados, e freqüentemente distingue-se de moicheia ("adultério"), a imoralidade dos casados. Por causa disto, alguns têm argumentado que a cláusula de exceção permite o divórcio no caso de descobrir-se algum pecado sexual pré-marital. Alguns acham que "a coisa indecente" de Deuteronômio 24:1 tem o mesmo significado. Mas a palavra grega não é bastante precisa para ficar assim limitada. Porneia deriva de porne, prostituta, sem especificar se esta é casada ou solteira. Também não especifica o estado civil do seu cliente. Mais ainda, foi usada na Septuaginta referindo-se à infidelidade de Israel, a esposa de Jeová, conforme exemplificado em Gomer, esposa de Oséias. [7] Devemos, então, concordar com R. V. G. Tasker, que concluiu que porneia é um "termo abrangente, incluindo adultério, fornicação e perversão sexual". [8] Ao mesmo tempo, não temos liberdade de cair no extremo oposto e argumentar que porneia abranja toda e qualquer ofensa que tenha de alguma forma até mesmo vaga, qualquer coisa a ver com o sexo. Isto seria praticamente o mesmo que igualar porneia com "incompatibilidade", e não temos apoio etimológico para isso. Não; porneia significa "falta de castidade", algum ato de imoralidade sexual física."
"Adotei como regra não falar com ninguém sobre o divórcio, sem antes falar sobre dois outros assuntos, isto é, casamento e reconciliação. Às vezes, uma discussão destes tópicos torna desnecessária a outra. Finalmente, apenas depois de se ter compreendido e aceitado o ponto de vista divino do casamento e o chamamento divino à reconciliação, é que há a possibilidade de se criar um contexto dentro do qual se possa falar com pesar sobre o divórcio. Acho que este princípio de prioridades pastorais é coerente com os ensinamentos de Jesus."
Fonte: http://www.monergismo.com/textos/familia_casamento/casamento_fidelidade_stott.htm
"Only if a person divorces his partner on the ground of marital unfaithfulness is his remarriage not adulterous. Only if the unbeliever insists on leaving is the believer not bound."
Fonte: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CDwQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.pcahistory.org%2Fpca%2F2-203.doc&ei=jLs0UuanGISu9AThxoGAAw&usg=AFQjCNGPkBHxrxSk_ma9MwcWUUBNIgsU8A&sig2=Cg1g-fjjFeliBzL_rgPvwA&bvm=bv.52164340,d.dmg&cad=rja
Informações sobre o autor: http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Stott

Kevin DeYoung

  • Casamento dissolúvel pelo adultério
  • Casamento dissolúvel pelo abandono pela parte ímpia
  • Novo casamento permitido para divórcio legítimo
  • Divórcio ilegítimo não admite novo casamento
  • Divórcio e novo casamento ilegítimos não devem ser desfeitos

Citações

"1. Marriage is the sacred union between one man and one woman and God’s intention is for marriage to last a lifetime.

2. Divorce is not always sinful.

3. Divorce is permitted, but not required, on the ground of sexual immorality.

4. Divorce is permitted, but not required, on the ground of desertion by an unbelieving spouse.

5. When the divorce was not permissible, any subsequent remarriage (to someone other than the original spouse) results in adultery.

6. In situations where the divorce was permissible, remarriage is also permissible.

7. Improperly divorced and remarried Christians should stay as they are, but repent and be forgiven of their past sins and make whatever amends are necessary."
Fonte: http://thegospelcoalition.org/blogs/kevindeyoung/2010/11/03/a-sermon-on-divorce-and-remarriage/
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Kevin_DeYoung

Lactâncio (240-320)


(conselheiro de Constantino)
  • O casamento não deve ser dissolvido, exceto quando quebrado pela infidelidade
  • O adultério é a única exceção para abandonar a esposa e casar-se com outra mulher.

Citações

"As a woman is bound by the bonds of chastity, and may desire nothing else, so let the man be holden by the same laws; for God united together (solidavit) the wife out of the husband in the framework of a single body. For this reason it was enjoined that a wife should not be put away, save when convicted on a charge of adultery, and never let the bond of the marriage covenant be dissolved, unless infidelity has broken it."
"He is an adulterer who has married one that is put away by her husband; so also is he who, except for the crime of adultery, has put away his wife to marry another."
Fonte: http://www.biblicalstudies.org.uk/pdf/anvil/03-1_066.pdf
Informações sobre o autor: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lact%C3%A2ncio

Loraine Boettner

(a ilustração é atribuída a Geerhardus Vos)
  • O casamento não é indissolúvel

Citações

"We may have on our parlor table a beautiful and costly vase. It ought to be handled carefully. It ought not to be broken. It was not made to be smashed; it was made to exist as a thing of beauty and grace. But it is not impossible to break it. And if a member of the family breaks it through carelessness, or in a fit of temper smashes it deliberately, there is nothing to do but sweep up the broken fragments and dispose of them. We will not say, ‘This vase was not intended to be broken; therefore it is impossible to break it; the vase is unbreakable; therefore in spite of the fact that it lies in shattered fragments on the floor, we will not throw it away; we will keep it forever.’ No one would say that about a broken vase; yet that is substantially the argument of those who say that the marriage bond is ‘indissoluble' and unbreakable’ "
Fonte: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CDwQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.pcahistory.org%2Fpca%2F2-203.doc&ei=jLs0UuanGISu9AThxoGAAw&usg=AFQjCNGPkBHxrxSk_ma9MwcWUUBNIgsU8A&sig2=Cg1g-fjjFeliBzL_rgPvwA&bvm=bv.52164340,d.dmg&cad=rja
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Loraine_Boettner

Mars Hill Church

(igreja de Mark Driscoll - posição oficial da igreja)
  • Adultério é um pecado muito sério
  • Traição quebra a aliança pela inclusão de uma terceira pessoa onde deveriam haver somente duas
  • A igreja deve participar do processo. Pedidos de divórcio de crentes exigem iniciação de processo de disciplina eclesiástica.
  • Arrependimento não é mero pedido de desculpas - é uma transformação qualificada
  • Novo casamento de alguém que foi traído não é adultério. Quem casa com uma pessoa divorciada que foi traída pelo antigo cônjuge também não adultera
  • Novo casamento de quem é abandonado por um ímpio não é adultério
  • Quem se divorciou antes de ser cristão deve buscar reconciliação e só poderá casar de novo se todos os esforços se mostrarem vãos
  • A parte inocente em um processo de separação deve permanecer solteira por um bom tempo para permitir a possibilidade do arrependimento e da reconciliação. Os presbíteros devem auxiliar o discernimento para evitar precipitações
  • Não pode haver reconciliação quando um dos cônjuges já casou de novo (Dt 24:3-4)
  • Separação por "incompatibilidade" não é legítima. Não pode haver novo casamento

Citações

"Adultery is a grievous sin and a profoundly serious matter. We agree with Jesus that adultery can be a reason for divorce, and also agree with him that "hardness of heart" is the real reason."
"Adultery can be a legitimate reason for seeking divorce by the betrayed husband or wife. However, reconciliation is the goal if the betraying spouse is repentant. Repentance means not only an abandonment of the cause of betrayal, but a turning toward one’s partner with a new level of devotion and practice that improves the relationship. It is not a return to status quo. Reconciliation means to re-enter the relationship in such a way that both partners are changed and the marriage is richer and more resilient."
"Treachery is a breach of covenant that evaporates all "one-fleshness." Adultery and immorality violate the person and the covenant, since another person has come between and before the sole position of the spouse."
"If a Christian initiates divorce, the elders will begin church discipline. An immediate intervention will be initiated to investigate the grievances and begin a mitigation process and counseling to bring about repentance, forgiveness, and reconciliation (Mark 10:11–12; Romans 7:2–3; 1 Corinthians 7:10–11, 27). If reconciliation is not achievable because of the hardness of heart of a spouse, each spouse is expected to remain single until the other spouse repents and they reconcile, or until the other spouse remarries or dies."
"Repentance is a well-considered path of measurable change that is demonstrated over time. As transformation is seen and confirmed, trust is regained. Restitution, where possible, is completed and reconciliation is begun with a better level of honesty, trust, and intimacy than existed before."
"The innocent party of a divorce due to adultery may remarry. Remarriage after one has been betrayed by an adulterous spouse does not constitute adultery. The person marrying a previously married spouse who was the victim of an adulterous person also does not constitute adultery."
"A believer who remarries after a non-Christian spouse divorces the believing spouse constitutes a legitimate marriage (1 Corinthians 7:15)."
"If divorce occurs before a person has surrendered his or her life to Christ, and an appropriate effort to restore the marriage has been undertaken without favorable results, remarriage is appropriate, so long as the believer marries a Christian."
"Does this mean the innocent party should remain single indefinitely? It means they should remain single for as long as every effort is applied to reconcile with their husband or wife under the supervision of the church elders. Though divorce and remarriage is intensely personal, the counsel and objectivity available through consultation with the elders will greatly increase the likelihood of avoiding impulsiveness (Proverbs 15:22; Hebrews 13:17)."
"Remarriage to a former husband or wife who since the divorce has been married to another person is clearly forbidden (Deuteronomy 24:3–4)."
"Can I remarry if I divorced my spouse just because we were incompatible? No. Work toward reconciliation, which means discovering what made you incompatible, and change. There are few legitimate reasons for divorce. Incompatibility is not one of them (1 Corinthians 7:10)."
Fonte: http://theresurgence.com/files/pdf/mars_hill_church_2006-05-10_divorce_and_remarriage.pdf
Informações sobre a igreja: http://marshill.com/

Martin Bucer (1491-1551)

  • A igreja não pode aprovar o rompimento das relações conjugais em um casal ainda unido pelo vínculo matrimonial.
  • Os pais da igreja nunca expulsaram da igreja uma pessoa que casou-se novamente após um divórcio obtido por decreto imperial.
  • Bucer entendia que casamento exige contínua coabitação. Se isso não puder mais existir, o casamento deixa de existir também. Devido a essa visão, Bucer admitia outros motivos como impotência, lepra e insanidade.

Citações

"He [Bucer] castigated the Roman Church for its practice of disjoining persons from conjugal relations for reasons other than adultery while forbidding those so parted to remarry." (David L. Snuth)
"Contrary to Roman Catholic interpretation of Scripture, he [Bucer] held that none of the Church Fathers ever dismissed a person from the church for remarrying after a divorce approved by Imperial law." (David L. Snuth)
"For Bucer, the proper purpose of marriage was not sexual intercourse, but "the communicating of all duties both divine and humane, each to other with utmost benevolence and affection." He concluded that marriage necessitates continuous cohabitation; if the marriage partners separate either mutually or against the will of the other, then the marriage is broken. In accordance with his view of the purpose of marriage, Bucer determined that not only adultery was just cause for divorce, but other separating factors as well, such as impotence, leprosy, and insanity."
Fonte: http://www.theologicalstudies.org.uk/article_divorce_snuth.html
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Martin_Bucer

Martinho Lutero

  • O adúltero exclui-se do laço do matrimônio
  • Divórcio está sob o controle do magistrado civil
  • Reconciliação é desejável
  • Deserção é motivo para divórcio legítimo
  • Terceira causa de divórcio: recusa em cumprir o dever conjugal
  • Quarta causa de divórcio: impossibilidade de viverem juntos - nesse caso não pode haver novo casamento, somente vida de solteiro ou reconciliação
  • Não poder cumprir o dever conjugal é diferente de não querer cumprir o dever conjugal

Citações

"But you ask: Is there then no reason for which there may be separation and divorce between man and wife? Answer: Christ states here (Matt. v. 31-32) and in Matthew xix. 9, only this one, which is called adultery, and he quotes it from the law of Moses, which punishes adultery with death. Since now death alone dis­solves marriages and releases from the obligation, an adulterer is already divorced not by man but by God himself, and not only cut loose from his spouse, but from this life. For by adultery he has di­vorced himself from his wife, and has dissolved the marriage, which he has no right to do; and he has thereby made himself worthy of death, in such a way that he is already dead before God, although the judge does not take his life. Because now God here divorces, the other party is fully released, so that he or she is not bound to keep the spouse that has proved unfaithful, however much he or she may desire it."
"For we do not order or forbid this divorcing, but we ask the gov­ernment to act in this matter, and we submit to what the secular authorities ordain in regard to it. Yet, our advice would be to such as claim to be Christians, that it would be much better to exhort and urge both parties to remain together, and that the innocent party should become reconciled to the guilty (if humbled and re­formed) and exercise forgiveness in Christian love; unless no im­provement could be hoped for, or the guilty person who had been pardoned and restored to favor persisted in abusing this kindness, and still continued in leading a public, loose life, and took it for granted that one must continue to spare and forgive him. . . ."
"In addition to this cause of divorce there is still another: if one of a married couple forsakes the other, as when through sheer petu­lance deserts the other."
"The third case for divorce is that in which one of the parties deprives and avoids the other, refusing to fulfill the conjugalFN1 duty or to live with the other person. For example, one finds many a stubborn wife like that who will not give in, and who cares not a whit whether her husband falls into the sin of unchastity ten times over. Here it is time for the husband to say, "If you will not, another will; the maid will come if the wife will not." Only first the husband should admonish and warn his wife two or three times, and let the situation be known to others so that her stubbornness becomes a matter of common knowledge and is rebuked before the congregation…"
"When one resists the other and refuses the conjugal duty she is robbing the other of the body she had bestowed upon him. This is really contrary to marriage, and dissolves the marriage…"
"In addition to these three grounds for divorce there is one more which would justify the sundering of husband and wife, but only in such a way that they must both refrain from remarrying or else become reconciled. This is the case where husband and wife cannot get along together for some reason other than the matter of the conjugal duty. St. Paul speaks of this in I Corinthians 7 [:10-11], "Not I but the Lord give charge to the married that the wife should not separate from her husband. But if she does, let her remain single, or else be reconciled to her husband. Likewise, the husband should not divorce his wife." Solomon complains much in the Proverbs about such wives, and says he has found a woman more bitter than death [Eccles. 7:26]. One may also find a rude, brutal, and unbearable husband."
"What about a situation where one's wife is an invalid and has therefore become incapable of fulfilling the conjugal duty? May he not take another to wife? By no means. Let him serve the Lord in the person of the invalid and await His good pleasure. Consider that in this invalid God has provided your household with a healing balm by which you are to gain heaven. Blessed and twice blessed are you when you recognize such a gift of grace and therefore serve your invalid wife for God's sake."
Fonte: http://www.teleiosministries.com/martin-luther-on-marriage-divorce.html
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther

Martyn Lloyd-Jones

  • O matrimônio não deve ser dissolvido
  • O divórcio só é legítimo em caso de infidelidade
  • A inclusão de uma terceira pessoa rompe a relação de uma só carne (como defendido por Owen)
  • Divórcios legítimos admitem casamentos cristãos para a parte inocente

Citações

"O matrimônio não consiste em um contrato civil e nem em um sacramento apenas. O casamento é algo mediante o que duas pessoas, marido e mulher, tornam-se uma só carne."
"Sem dúvida a legislação mosaica determinava que um homem desse carta de divórcio à sua esposa, caso se divorciasse dela. Mas isso não equivale um mandamento que ordene o divórcio. A idéia ensinada na Palavra de Deus não é somente o conceito da indissolubilidade do matrimônio, mas também é o conceito que envolve a lei do amor e do perdão."
"Só existe uma razão legítima para o divórcio - aquilo que é aqui [Mt 5:31-32] chamado de relações sexuais ilícitas."
"Segundo Ele [Jesus], só existe um motivo para divórcio. Sim, há um motivo; mas somente um. E esse motivo é a infidelidade conjugal por parte de qualquer dos cônjuges. Esse termo "relações sexuais ilícitas" é inclusivo e realmente significa infidelidade da parte de um dos cônjuges."
"Jesus mesmo asseverou que a infidelidade conjugal é motivo suficiente para o divórcio, e a razão para tanto é absolutamente óbvia. Uma vez mais, está em pauta aquela idéia bíblica que marido e mulher são "uma só carne"; pois o cônjuge que se fez culpado de infidelidade rompeu esse laço ao unir-se sexualmente a uma terceira pessoa. O elo se quebrou, não existe mais "uma só carne", e, por esse motivo, o divórcio é perfeitamente legítimo. Quero enfatizar, uma vez mais, que não encontramos aqui um mandamento. Todavia, temos aqui a única causa legítima para o divórcio, e o homem que se vir na situação aqui retratada tem o direito de divorciar-se de sua mulher, e a mulher tem o direito de divorciar-se do seu marido."
"Se alguém quiser tomar alguma providência, em face de um caso de adultério, que se divorcie. E daí podemos deduzir, mui legitimamente, importante e séria conclusão. Podemos afirmar não somente que um homem que se divorciou legitimamente de sua mulher - em face de adultério por ela cometido - tem o direito de fazê-lo, mas podemos ir ainda mais adiante e dizer que o divórcio pôs ponto final àquele casamento, e que agora aquele homem está livre de obrigações matrimoniais; e, na qualidade de homem livre, tem o direito de casar-se novamente. O divórcio, quando legítimo, põe fim a toda e qualquer vinculação anterior, segundo ensinou o próprio Senhor Jesus. O relacionamento daquele homem para com sua esposa tornou-se o mesmo como se ela tivesse morrido; e este homem inocente tem o direito de casar-se de novo. Mais do que isso, se ele é um homem crente, então tem o direito de ter um casamento cristão. Porém, nesse caso, somente ele teria esse direito, e não ela; ou vice-versa, caso o culpado tivesse sido o homem."
Fonte: Capítulo 24 de Estudos no Sermão do Monte - "O Ensino de Cristo sobre o Divórcio" - pág 235
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Martyn_Lloyd-Jones

Maurice Roberts

  • Adultério ou fornicação rompe o laço do matrimônio
  • Novo casamento pode ser obtido quando o divórcio foi obtido nessas condiçoes (implícito)

Citações

"Our Lord can only mean that it is not improper for a person whose marriage-partner has committed fornication or adultery to seek to obtain a divorce from them if they so wish. Adultery breaks the very bond of marriage and gives right to the innocent person to seek to be freed entirely from all further obligation within the marriage contract."
Fonte: http://britishreformedfellowship.org.uk/index.php/component/content/article/71-issue-53-autumnwinter-2010/92-adultery-does-it-break-the-marriage-bond-1
Informações sobre o autor: http://www.bible-sermons.org.uk/preachers/1-Maurice-Roberts

OPC (Orthodox Presbiterian Church) - Posição Oficial

  • Posição da confissão de fé de Westminster.

Citações

"The position of the OPC is what is stated in the Confession of Faith, Chapter XXIV, "Of Marriage and Divorce," paragraphs 5 and 6."
" You indicate that you are not asking for book titles, but rather for official papers or pronouncements, so I won't offer you John Murray's and Jay Adams' excellent books (with which I think everyone in the OPC with whom I have ever discussed these matters would substantially agree)."
Fonte: http://www.opc.org/qa.html?question_id=267
Informações sobre a denominação: http://en.wikipedia.org/wiki/Orthodox_Presbyterian_Church 

R.C.Sproul

(Ligonier Ministries)
  • Divórcio nunca é preferencial. Reconciliação é sempre melhor.
  • A participação da liderança da igreja na definição da gravidade da porneia é fundamental
  • Decisões que alteram a vida não deveriam ser tomadas sem a participação da igreja
  • Ninguém é puro na área sexual, por isso deveria haver espaço para o perdão, dependendo da gravidade do caso
  • Divórcio e novo casamento são permitidos, mas é importante que a igreja participe do processo porque pode ser mais fácil buscar o divórcio do que trabalhar sobre o relacionamento e aí pode-se escolher o caminho mais fácil e não o pretendido por Deus

Citações

(1)
"This point helps us understand today’s passage. Jesus does not give every possible ground for divorce when He allows it for "sexual immorality" (Matt. 5:31–32); desertion by an unbelieving spouse also makes divorce permissible (1 Cor. 7:12–16). Moreover, the Greek word for "sexual immorality" in today’s passage (porneia) covers all types of sexual misconduct, implying that some sexual sins besides extramarital affairs can be legitimate grounds for divorce. Yet Jesus is not allowing divorce for any instance of lust or sexual indiscretion. Otherwise, every lewd thought is just cause for divorce. Since no sinner has been fully pure in this area, every marriage would then be dissolvable, which clearly violates our Lord’s high view of holy matrimony ( Matt. 19:1–12)."
"As with other complicated problems in the Christian life, we go to our pastors and elders to see if a particular form of porneia is legal grounds for divorce. God gives us the church to help us work through complex issues (Acts 15:1–35). Each marriage is different, and choosing the right course of action can be hard, but wise church leaders are to apply Scripture properly and give sound direction."
"Divorce is often easier than working through marital problems and is appealing to our fallen nature. We must recognize this lest we adopt the world’s practice of sanctioning divorces for reasons other than those God has given."
Fonte: http://www.ligonier.org/learn/devotionals/divorce-and-adultery/
 
(2)
"Because of the way sin complicates life, we are sometimes forced to make choices that we would not have to make in a perfect world. The decision to get a divorce is one such example. Divorce is a sad event, something that may be necessary when sinners reject God’s command for marriage to be a lifelong covenant between one man and one woman (Matt. 19:1–8). Our Creator allows divorce in certain circumstances, because in this fallen world gross sin often destroys the trust upon which the foundation of marriage is established."
"Knowing that porneia has this wider meaning is important because issues of sexual infidelity can be extremely complex and provide just grounds for divorce even if no extramarital affair has occurred. However, we must see that Jesus is not allowing divorce for just any occasion of sexual sin, regardless of its severity. His exception clause is more restrictive than the marriage legislation of His day. He recognizes how hard it is to live in this fallen world and gives those who have been heinously offended an out, but He also draws boundaries between what allows people to separate lawfully and what does not."
" Acts of porneia grossly betray the one-flesh covenant (see Jer. 3:1) and permit the offended spouse to divorce and remarry, but reconciliation is better still. More often than not, the wisest action is to save the marriage, if the offended party is willing."
"Life-changing decisions cannot be made independently, they must be made within the church."
Fonte: http://www.ligonier.org/learn/devotionals/divorce-and-remarriage/
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/R._C._Sproul

Sam Storms

  • Divórcio possível, mas não obrigatório, em caso de infidelidade ou abandono pelo ímpio

Citações

"My understanding, therefore, is that the teaching of the NT (Jesus and Paul) allows (but does not require) divorce on two grounds: sexual infidelity and/or desertion of a believer by an unbeliever. If divorce has been secured on either of these grounds, remarriage is permitted."
Fonte: http://www.samstorms.com/all-articles/post/divorce-and-remarriage---part-i e http://www.samstorms.com/all-articles/post/divorce-and-remarriage---part-ii
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Sam_Storms

Tim Keller

  • Casamento dissolúvel pelo adultério
  • Casamento dissolúvel pelo abandono pela parte ímpia
  • Violência é abandono
  • Novo casamento permitido para divórcio legítimo
  • Divórcio ilegítimo admite novo casamento caso tenha havido arrependimento
  • Decisões não podem ser tomadas sem acompanhamento da igreja

Citações

"The subject of marriage, divorce, and remarriage is an enormous subject, and those who want to lay out the Biblical guidelines must do a great deal of detailed exegetical work. That is beyond the scope of this book. Nevertheless, here is a summary of my own conclusions after years of reflection and research. I believe that, for a Christian, there are two Biblical grounds for divorce: (a) If your spouse has committed adultery, the believer may sue for divorce. Matthew 19:3–9 indicates this. (b) If your spouse deserts you and refuses to return. In such a case, the believer may acquiesce in the divorce (1 Corinthians 7:15). In this second case, the text speaks about the deserting spouse being an "unbeliever." (The man or woman conducting this behavior may profess to be a nonbeliever or may be designated so through church discipline. That is, if the person is not acting as a Christian and is refusing to repent, a church body can censure the party in line with Matthew 18:15–17.) In either case, the spouse who has been wronged and now divorced is, according to Paul, "not bound" (1 Corinthians 7:15). This would be a pointless tautology unless he were saying the divorced person is free to remarry. A fair question is, What is meant by "desertion"? The Biblical text says the spouse must be "willing to live with her" (1 Corinthians 7:13). What about physical abuse? Could it not be argued that a man who is beating a woman has essentially deserted her, has given up his willingness to be with his wife? Yes, I personally think so. But this very question leads to an important conclusion. Christians who are weighing divorce, if they want to live with their consciences and their God for the rest of their lives, should not make these decisions all by themselves. Matthew 18:15ff says that when someone sins against you—and adultery, desertion, and abuse are grievous sins—you should "tell it to the church." Most commentators read this as, at least, consulting with your church’s leaders. A final question is this: Can the person who did not get a divorce on Biblical grounds ever remarry? There is little agreement among pastors and Biblical scholars here, and this question is complex, but I think the short answer is yes, in some cases—when there has been both inner repentance and public admissions of wrongdoing. In the end, the answer is yes because, as Jay Adams has asked, why should divorce be the only unpardonable sin? (See Jay E. Adams, Marriage, Divorce, and Remarriage Grand Rapids, MI: Zondervan, 1980], 92ff.)"
Fonte: The Meaning of Marriage (posição 3932 - Kindle)
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Tim_Keller_%28pastor%29

William Heth

(autor do famoso livro Jesus and Divorce, de 1986, e que mudou de ideia em 2002 vindo para a posição mais alinhada à tradicional reformada - o material aqui reflete a mudança de opinião de Heth)
  • Casamento é uma aliança na qual Deus toma parte e, portanto, só é quebrada por algo que ele permite que quebre.
  • A infidelidade conjugal pode quebrar a aliança matrimonial

Citações

"[…] there are four essential ingredients in the OT understanding of "covenant" (berit): "it is used of 1) a relationship 2) with a non-relative 3) which involves obligations and 4) is established through an oath." The scholarly consensus is that an oath is indispensable for ratifying a covenant, and God is invoked in any ratifying oath to act as "the enforcer" of the covenant. The marriage covenant, as opposed to a contract, involves three persons—the bride, the groom, and God. Furthermore, "covenant-ratifying oaths often consist of verba solemnia, that is, a solemn declaration of the commitment being undertaken—solemn because the deity was implicitly invoked as a witness.""
"It should be obvious now that sexual infidelity is a particularly grave violation of the marriage covenant, a sin against both the covenant partner and against God, and if covenants can be violated and dissolved, this sin strikes at the marriage covenant in a unique way."
"As Carson noted years ago in his commentary on Matthew: . . . sexual sin has a peculiar relation to Jesus’ treatment of Genesis 1:27; 2:24 (in Matt 19:4-6), because the indissolubility of marriage he defends by appealing to those verses from the creation accounts is predicated on sexual union ("one flesh"). Sexual promiscuity is therefore a de facto exception. It may not necessitate divorce; but permission for divorce and remarriage under such circumstances, far from being inconsistent with Jesus’ thought, is in perfect harmony with it."
"the Genesis 2:24 "one flesh" relationship that results from the covenant of marriage ratified by sexual consummation is not an indissoluble union, just one that should preeminently not be dissolved, and a sexual sin like adultery is the preeminent violation of the marriage covenant."
"Minority view proponents may unfortunately prohibit what God would permit, and majority view proponents may permit what God would prohibit."
Fonte: http://www.sbts.edu/media/publications/sbjt/sbjt_2002spring2.pdf
Informações sobre o autor: http://www.taylor.edu/employee/faculty/william-heth?id=vitae

Zacharias Ursinus

(no comentário ao Catecismo de Heidelberg)

Citações

"Yet those who have once lawfully and in the Lord contracted marriage may not break or violate their vow, except for adultery."
Fonte: http://www.pilgrim-covenant.com/weekly-article-archives-2004-2005/remarriage-of-the-innocent-party-after-divorce-part-4-of-4
Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/Zacharias_Ursinus